O PCP pediu hoje ao Presidente da República e ao Governo que se concentrem na resolução dos problemas da população e considerou "lamentável toda a sucessão de casos" que tem envolvido o executivo. .
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, a líder parlamentar do PCP, Paula Santos, apelou a que, numa altura em que, "no plano económico e social, se avolumam problemas" e se assiste a "um conjunto de episódios lamentáveis que envolvem membros do Governo", não se desviem "as atenções daquilo que é central e crucial". .
"Aquilo que os trabalhadores, os reformados, o povo reclama são respostas para os problemas com os quais estão confrontados: os salários e as pensões não chegam até ao fim do mês, há dificuldades na habitação, no acesso à saúde, para colocar comida todos os dias na mesa", disse. .
Paula Santos defendeu que o Presidente da República e o Governo devem estar "concentrados na resposta a estes problemas", pedindo que "não se aproveitem os problemas para evitar as soluções que são necessárias".
A líder parlamentar do PCP acrescentou que, "há pouco mais de um ano", a Assembleia da República foi dissolvida "de forma tempestiva", tendo surgido um Governo de maioria absoluta das eleições legislativas. .
"Não há nada que impeça o atual Governo de dar resposta a estes problemas. A questão central neste momento é encontrar soluções, avançar com as soluções para resolver os problemas na vida das pessoas", disse.
Questionada se o PCP desvaloriza assim o episódio que envolveu o Governo, Paula Santos afirmou que o seu partido nunca disse isso.
"Nós consideramos que a situação é muito grave e que efetivamente tem sido lamentável toda a sucessão de casos que tem vindo a público e que envolvem elementos do Governo. Queremos é colocar em cima da mesa as questões que são fundamentais para dar resposta aos problemas", vincou. .
Paula Santos sustentou ainda que "esta sucessão de casos é o resultado da maioria absoluta do Governo do PS que, em vez de utilizar essa maioria absoluta para dar resposta aos problemas, faz exatamente o oposto e vai no sentido do favorecimento dos grupos económicos". .
Interrogada se considera que, dado que Marcelo Rebelo de Sousa assumiu uma "divergência de fundo" com o Governo, é possível continuar a haver estabilidade governativa, Paula Santos respondeu que "a estabilidade também é estabilidade da vida e das pessoas".
"Hoje, com as opções políticas de desvalorização, em que os salários e as pensões perdem todos os dias poder de compra, em que há uma incerteza se vão conseguir suportar as despesas até ao final do mês, de facto as questões que se centram é exatamente na resposta aos problemas", sublinhou.
Paula Santos pediu que "não se encontre subterfúgios, entretenimentos que desviem as atenções do que é essencial".
Questionada ainda se considera que, após as palavras do chefe de Estado, o ministro das Infraestruturas tem condições para continuar no cargo, a deputada do PCP recordou que João Galamba é um ministro que já veio "substituir outro membro do Governo há bem pouco tempo", referindo-se a Pedro Nuno Santos. .
"Este elemento revela por si só que não basta mudar os rostos, os nomes, há um problema mais de fundo: prende-se com as opções políticas", referiu.
Paula Santos defendeu que o que é necessário "é pôr fim a este criminoso processo de privatização da TAP" e assegurar que a companhia aérea não é gerida "como uma empresa privada e com critérios de empresa privada", mas antes manter a sua gestão pública e assegurar que é colocada ao serviço dos "interesses nacionais".