O Governo da República Centro-Africana e representantes da maioria dos grupos armados do país assinaram esta segunda-feira um acordo para estabelecer um cessar-fogo imediato, após mais de três anos de um conflito sectário que fez milhares de mortos.
O anúncio, feito em Roma, resultou das negociações entre o Governo da República Centro-Africana e 13 dos 14 grupos armados actualmente activos no país, onde mais de 500 mil pessoas estão deslocadas.
Uma organização católica sedeada em Roma, a comunidade de Sant'Egidio, mediou o acordo.
Os negociadores saudaram o acordo como um passo importante, embora os governos da República Centro-Africana na última década tenham assinado dezenas de acordos com vários grupos rebeldes, apenas para os ver desmoronar.
Nem sempre os guerrilheiros no terreno respeitam os termos e as questões sobre o desarmamento e a reintegração nas forças armadas nacionais são delicadas.
Uma questão que se coloca após cinco dias de negociações sob o patrocínio da comunidade católica Sant'Egidio é a de saber se este compromisso vai pôr um fim aos conflitos que devastam a antiga colónia francesa desde 2013.
Já várias tentativas de mediação africana tentaram pacificar este país pobre, com 4,5 milhões de habitantes, dos quais, 900.000 deslocados e refugiados do conflito.
Portugal tem um contingente de Comandos na República Centro-Africana ao serviço da missão das Nações Unidas.
Em Maio, participaram numa arriscada operação para salvar centenas de pessoas, entre as quais um bispo espanhol, dos combates na região de Bangassou.