O líder do grupo xiita libanês Hezbollah insistiu hoje que a continuação da violência na fronteira entre o Líbano e Israel, no Mar Vermelho e no Iraque, depende da cessação das operações militares israelitas na Faixa de Gaza.
"A segurança do Mar Vermelho, a calma da frente com o Líbano e a situação no Iraque dependem de parar a agressão [israelita] contra Gaza", declarou Hassan Nasrallah num discurso televisionado, no dia em que passam 100 dias sobre o início do conflito, desencadeado a 07 de outubro pelo ataque do movimento islamita Hamas a Israel.
O clérigo referia-se ao conflito entre os rebeldes Hutis, do Iémen, e os Estados Unidos no Mar Vermelho, à intensa troca de tiros fronteiriços entre o Hezbollah e Israel e aos ataques das milícias iraquianas pró-iranianas contra as posições norte-americanas no Iraque e na Síria.
"A frente do Líbano foi criada para apoiar Gaza e parar a agressão contra ela, e quando a agressão parar, então será outra discussão. Primeiro de tudo, pare a agressão contra Gaza e então será uma discussão diferente", disse o líder do movimento libanês, aliado do Irão.
O Hezbollah e as forças israelitas têm estado envolvidos numa intensa troca de tiros desde 08 de outubro, um dia depois do início da guerra em Gaza, que se intensificou desde o início deste mês após a morte, nos arredores de Beirute, do 'número dois' do gabinete político do grupo islâmico Hamas, Saleh al Arouri, abatido pelo exército hebraico.
"Há 99 dias que estamos preparados para a guerra e não temos medo dela", alertou o Nasrallah, que afirmou que o seu grupo lançou mais de 60 foguetes a partir de um novo campo de tiro perto da fronteira com Israel.
Tanto o Hezbollah como os rebeldes Hutis e as milícias pró-Irão no Iraque fazem parte da aliança informal anti-Israel e anti-norte-americana do Eixo de Resistência, liderada pelo Irão, e que tem levado a cabo as ações contra Israel em apoio aos palestinianos no Faixa de Gaza.