Terroristas islâmicos atacaram esta quarta-feira um templo sikh, em Cabul, capital do Afeganistão, matando 25 membros da comunidade.
Os atacantes entraram no templo de manhã, disparando indiscriminadamente. Para além dos 25 mortos, até 200 pessoas chegaram a estar presas no edifício. Oito ficaram feridas.
O deputado Narender Singh Khalsa, que representa a comunidade a nível politico e estava presente, disse que o momento do ataque foi propositado pois naquela altura o santuário do templo estava cheio.
O político perdeu vários membros da família, incluindo a sua mulher, uma filha e o seu pai.
“Quando os atacantes chegaram começaram a disparar e a matar as mulheres. O meu sobrinho chamou-me e disse para eu descer e quando tentei descer eles alveajaram-no na cabeça”, disse.
“Também acertaram na minha filha querida, e ela chamou várias vezes por mim antes de morrer”, afirmou ainda, por entre lágrimas.
O ataque foi reivindicado pelo Estado Islâmico e todos os atacantes acabaram por ser mortos pelas forças de segurança.
Numa declaração o grupo afirmou que o ataque era um ato de vingança contra a Índia, pela forma como os muçulmanos da zona indiana da Cachemira têm sido tratados pelo Governo. Os sikhs são uma religião originária da Índia, embora sejam uma minoria em comparação tanto com hindus como muçulmanos naquele país. Há cerca de 20 milhões de sikhs na Índia, em comparação com quase 200 milhões de muçulmanos e 966 milhões de hindus.
A comunidade sikh no Afeganistão é muito pequena, com apenas cerca de 300 famílias, concentradas na capital, Cabul. Esta não é a primeira vez que os seus membros são alvo de atentados.
Nos anos 80 chegou a haver meio milhão de sikhs no Afeganistão, mas com a chegada dos Taliban a vasta maioria saiu do país.