Sem a sala Garrett, o D. Maria II vai continuar em espaços emprestados
29-07-2024 - 14:00
 • Maria João Costa

Atraso nas obras da Teatro Nacional D.Maria II leva a programação dos próximos meses a continuar em digressão. Serão apresentados 15 espetáculos em vários concelhos do país, alguns estreiam em Lisboa.

A reabertura do Teatro Nacional D.Maria II foi adiada quase um ano. Está agora prevista para 2026 e isso obrigou a direção do teatro a redesenhar a programação para os próximos meses.

Em comunicado, esta segunda-feira, o D. Maria II explica que a circunstância de ainda não dispor da sala Garrett leva a que tenha de continuar “a promover atividades em todo o país e, ao mesmo tempo, a apresentar-se em vários espaços culturais de Lisboa”.

A “complexidade” da obra na sala histórica do D. Maria tem levantado “riscos de ocorrência de imprevistos e trabalhos complementares”, indica a admnistração do Nacional.

Assim sendo, “entre setembro e dezembro” deste ano, irão apresentar 15 espetáculos em vários concelhos do país, aos quais se somam seis outros projetos e uma conferência sobre Democracia Cultural que terá lugar na fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, em outubro.

Até ao final de 2024, o D. Maria anuncia a primeira apresentação em Lisboa da peça “O Misantropo” de Hugo van der Ding e Martim Sousa Tavares. Depois de uma digressão em 2023, volta à cena no Teatro Tivoli BBVA de 22 a 28 de novembro tendo como protagonistas atores como Ana Guiomar, José Neves ou Manuel Coelho.

Para dezembro é anunciada uma estreia. De 5 a 8, a atriz Ana Tang e o encenador Guilherme Gomes apresentam “Uma peça para quem vive em tempo de extinção”, no Teatro do Bairro Alto, em Lisboa. O espetáculo que integra o projeto europeu Stages, tem texto de Miranda Rose Hall.

O D. Maria II anuncia também uma nova parceria com o Alkantara Festival, “garantindo a coapresentação de quatro espetáculos” em novembro. Serão apresentados “Cartaz de Fogo” de Ellen Pirá Wassu, Ritó Natálio e Uýra Sodoma, “Dear Laila” de Basel Zaraa; “Mike” de Dana Michel e “The International Dance Lecture Series: On Time” de Alia Hamda.

Além desta programação, o Nacional explica que “continuará a viajar pelo país” com espetáculos que apresentou neste ano de 2024, entre eles, “Diário de uma República II” de Fernando Giestas, da Amarelo Silvestre ou “Terminal – O Estado do Mundo” de Inês Barahona e Miguel Fragata da Formiga Atómica.

Serão também repostos espetáculos como “Quis Saber Quem Sou” de Pedro Penim, “Guião para um País Possível” de Sara Barros Leitão, da Cassandra e “Onde é a Guerra?” um espetáculo para público infantil de Catarina Requeijo.

Integrados na Rede Eunice Ageas vão circular pelo país vários espetáculos. “As Castro”, de Raquel Castro, será apresato no Cartaxo, Faro e Portalegre; “Luta Armada”, de André Amálio e Tereza Havlíčková dos Hotel Europa, sobe ao palco de Paredes de Coura e Pombal.

No âmbito do projeto Próxima Cena, será apresentado “25 de abril de 1974”, de Jorge Andrade da Mala Voadora em seis “regiões do país de baixa densidade populacional” como Carrazeda de Ansiães, Borba, Campo Maior, Fundão, Idanha-a-Nova e Sever do Vouga.

Até 29 de setembro, o Museu Nacional do Teatro e da Dança vai continuar a exibir a exposição “Quem és tu? – Um Teatro Nacional a olhar para o país”. Para novembro, o D. Maria reserva a data para anunciar a programação para o ano de 2025.