A direção nacional da Polícia de Segurança Pública reúne-se, a esta hora, com os sindicatos representativos do setor.
Um encontro que surge após a contestação e protestos de agentes, desde segunda-feira, por melhores condições salariais e de trabalho.
À entrada para a reunião, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia garantiu que os agentes não vão abandonar os protestos.
“Não vamos desmobilizar, aliás aquilo que se tem passado em várias cidades do país e também junto à Assembleia da República, é bem evidente daquilo que é a insatisfação que grassa no seio das forças de segurança” e que “tem sido reiteradamente nos últimos tempos reportado ao senhor ministro da Administração Interna”, disse Paulo Santos.
De acordo com o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), “o senhor ministro sabia destes problemas, sabia do estado da alma dos profissionais, sabia destas comparações que não foram preservadas no que diz respeito ao próprio funcionamento da Polícia judiciária, aquilo que é a realidade salarial e dos suplementos”.
A reunião com os sindicatos ocorre no dia seguinte ao envio de um email por Barros Correia aos polícias, no qual destacou a importância de cumprir a missão da PSP, independentemente do sentimento de insatisfação.
Apesar de declarar a sua concordância “com a justeza desta causa” e as expectativas de valorização salarial, o diretor nacional apelou ao “bom senso” dos profissionais.
“Embora percebendo e apoiando esta causa, relembro da nossa importante missão de salvaguarda do cumprimento da Constituição e da Lei, da segurança, da proteção e apoio a todos os nossos cidadãos e a quem nos visita e do importante equilíbrio entre as legítimas formas de reivindicação e a prestação de serviço público à comunidade, repudiando qualquer conduta que ponha em causa o cumprimento da missão de segurança pública”, frisou.
O diretor nacional da PSP alertou ainda para o risco de os polícias perderem “a confiança, apoio e respeito” dos cidadãos.
Além da concentração diante da Assembleia da República desde segunda-feira, que, entretanto, se alastrou a outras cidades do país, o protesto foi também concretizado com a paragem de vários carros de patrulha da PSP, principalmente no Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis), alegando os polícias que estavam inoperacionais e com várias avarias.
Os protestos dos elementos das forças de segurança estão a ser organizados através das redes sociais, como Facebook e Telegram, e desconhece-se quando vão terminar.