A artista Lourdes Castro morreu este sábado, aos 91 anos, na Madeira, noticiou o jornal Público e a Renascença confirmou junto de fonte do Governo Regional.
Nascida em 1930, Lourdes Castro começou a expor pela primeira vez em 1955, no Funchal. Defendia que a arte não deve ter um estatuto de exceção sobre os restantes aspetos da vida”.
Formada em Pintura pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, a artista viveu em Munique e Paris, onde em 1957 criou com o artista René Bertholo, o grupo e a revista KWY.
Mais tarde, o trabalho da artista ficou marcado por uma intensa pesquisa sobre perfis e sombras que explora ficando em materiais diversos, como lençóis brancos, plexiglass ou acrílico.
Há um ano, a artista recebeu a Medalha de Mérito Cultural, pelas mãos da ministra da Cultura. Em 2000, venceu o Grande Prémio EDP Lisboa.
A ministra Graça Fonseca foi ao encontro de Lourdes Castro, no Funchal e em casa da artista entregou-lhe a medalha. A sorrir a artista disse que “era para pôr ao pescoço” e considerou a medalha “pesada”.
Segundo o ministério da Cultura, Lourdes Castro é uma “artista titular de um espaço insubstituível na história da arte mundial.” O gabinete da ministra Graça Fonseca diz em comunicado que “a vida e obra de Lourdes Castro, em permanente diálogo e complemento, representam um contributo incontestável para a cultura portuguesa”.
A artista plástica venceu em 2015 o Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes, atribuído pela Igreja Católica.
O júri destacou a “longa e representativa carreira” de Lourdes Castro, que a partir da década de 60 alcançou uma “progressiva notoriedade em Portugal e no estrangeiro”.
A sua obra está representada nas principais coleções, de Serralves, à Gulbenkian, passando pelo Victoria e Albert de Londres ou o Museu de Arte Moderna, de Havana
Lourdes Castro representou juntamente com Francisco Tropa, Portugal na Bienal de São Paulo em 2000. A sua obra marcada pela pintura, os bordados, as peças em plexiglass recortado marcam a cena artística portuguesa, da artista que dizia que a arte é fazer bem feito, é levar até ao fim”.
Entretanto, o Governo Regional e o Presidente, Miguel Albuquerque, manifestaram em comunicado "o mais profundo pesar pelo falecimento, da artista plástica madeirense, figura de proa na arte portuguesa contemporânea, Lourdes de Castro".
"À família, o Executivo madeirense e o seu presidente endereçam as suas mais sentidas condolências pelo falecimento da brilhante artista nascida na Madeira a 9 de dezembro de 1930, associando-se à sua dor", lê-se.