É um apelo ao Parlamento e ao Presidente da República. Entidades do setor social e entidades privadas juntaram-se num manifesto contra a eutanásia em que criticam a aprovação da lei de despenalização da morte assistida, prevista para sexta-feira, dia 29, e se comprometem a cuidar de todos os que sofrem e precisam de cuidados especiais.
“Apelamos uma última vez aos deputados para que revejam a sua posição no momento de votar a lei em plenário e, se estes persistirem nos seus intentos, ao Senhor Presidente da República para que faça o que estiver ao seu alcance para travar a legalização da eutanásia em Portugal”, escrevem num manifesto que junta a União das Misericórdias e a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), que juntas são responsáveis pela maioria dos lares em Portugal.
O manifesto junta também a Caritas Portuguesa, a Universidade Católica e o grupo Cuf. O Instituto das Irmãs Hospitaleiras e o Instituto São João de Deus, que se dedicam aos doentes mentais são outros dois subscritores deste manifesto que também agrega entidades dedicadas à infância e juventude como o Refúgio Aboim Ascensão e a Casa do Gaiato de Lisboa. Acresce ainda à lista de subscritores a FamiliarMente, Federação Portuguesa das Associações das Famílias de Pessoas com Experiência de Doença Mental e o Apoio à Vida – Associação de Solidariedade Social.
“Numa hora sombria da história de Portugal, quando o país regista desde há duas semanas mais de duas centenas de mortes por dia, vítimas de Covid-19, no momento em que todos temos a responsabilidade de salvar vidas e de cuidar de vidas, na Assembleia da República, casa da representação democrática, um grupo maioritário de deputados fez aprovar em sede de Comissão Parlamentar de Direitos Liberdades e Garantias uma lei da Eutanásia a que dão o nome de ‘Antecipação da morte medicamente assistida”, começam por dizer os subscritores.
“Num momento em que milhares de pessoas, inúmeras instituições, num esforço sobre-humano diário, cuidam os doentes e pessoas vulneráveis e frágeis, dando tudo para salvar vidas, a aprovação da Eutanásia representa, também, um desrespeito para com todas estas pessoas”, continua o manifesto, lembrando que a lei contraria “os pareceres de ordens profissionais do sector da saúde, do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida”. E também a voz de “milhares de cidadãos e de várias entidades da sociedade civil que fizeram chegar a sua voz junto dos senhores deputados”.
Sendo assim, num momento que consideram “triste para os portugueses” estas entidade não só criticam a aprovação da lei como se comprometem a “defender a vida em todas as suas formas e etapas”. “As nossas portas estarão sempre abertas para todos os que queiram cuidar a vida”, concluem.