A Selva de Calais já não tem qualquer residente. A operação de retirada dos migrantes que habitavam aquele campo, nas proximidades do túnel do Canal da Mancha que liga França ao Reino Unido, começou na segunda-feira e chegou ao fim pouco depois das 13h00 desta quarta-feira, segundo fontes das autoridades francesas, citadas pela BBC.
O Governo francês tinha-se comprometido a retirar todas as pessoas que viviam no campo e realojá-las em centros de acolhimento noutros pontos do país, mas muitos migrantes contestaram a decisão, criando incidentes como incêndios que não fizeram qualquer ferido grave.
Fabienne Bucio, presidente da Câmara de Calais, fala de um momento importante. “O fim da selva é um momento muito importante. Muitas coisas aconteceram. Aquilo que aqui se passou neste campo de refugiados é uma incrível experiencia humana vivida por diversas comunidades.”
“Mas”, continua Bucio, “estamos a virar a página, uma página positiva. Porque estas pessoas saem daqui para serem acolhidas, para começarem uma nova vida aqui em França.”
“A nossa missão está cumprida. Visitámos o campo esta manhã e verificámos que não havia mais migrantes. Já processámos mais de cinco mil pedidos de asilo através dos centros de registo, e vamos continuar a processar esses pedidos até à noite.”
“Enquanto houver migrantes eles serão levados. Quando o trabalho estiver terminado, vamos encerrar este campo de refugiados”, acrescentou.
Outros mostraram estar felizes por poder ir para centros com melhores condições, mesmo que isso implique ficar mais longe do Reino Unido.
Os migrantes têm-se concentrado em Calais ao longo dos últimos anos na esperança de poder passar a fronteira clandestinamente e entrar no Reino Unido, mas Londres não os aceita e, com o aumento das medidas de segurança dos ambos os lados da fronteira, a maioria dos homens, mulheres e crianças acabou por ficar do lado francês, mas sem qualquer vontade de ficar a viver em França.
Alguns menores de idade foram enviados para outro estabelecimento em Calais, uma vez que há a possibilidade de o Reino Unido receber alguns deles.