Com "nervos de aço", Costa acredita na retoma do "excelente esforço de cooperação" com PR
27-10-2017 - 17:12

"Tenho a certeza que aquilo que tem corrido bem nestes dois anos não vai deixar de correr bem nos próximos anos", diz primeiro-ministro.

O primeiro-ministro, António Costa, acredita que será retomado “o esforço de cooperação institucional” entre o Governo e o Presidente da República.

“Eu tenho nervos de aço e sou, como sabe, um optimista, às vezes talvez irritante, mas sou sempre um optimista. Por isso, tenho a certeza que vamos retomar todos e prosseguir aquilo que os portugueses têm apreciado muito, da parte do senhor Presidente da República, da parte da Assembleia da República, da parte do Governo, que é um excelente esforço de cooperação institucional, também com as autarquias, também com as regiões”, disse aos jornalistas, esta sexta-feira, durante uma visita a Vila Nova de Poiares.

“É isso o que o país espera, o que o país deseja. Tenho a certeza que aquilo que tem corrido bem nestes dois anos não vai deixar de correr bem nos próximos anos", afirmou Costa.

A alegada tensão entre o Governo e Belém surgiu depois do discurso crítico do Presidente após os incêndios de 15 e 16 de Outubro, que provocaram 45 mortos. A declaração foi lida como uma forte crítica à forma como o Governo respondeu aos incêndios deste Verão e Outono. No dia seguinte, a ministra da Administração Interna demitiu-se.

Na quinta-feira, o jornal "Público" escreveu em manchete que o Governo terá ficado "chocado" com o teor da comunicação ao país feito pelo chefe de Estado.

Depois desta notícia do "Público", o Presidente da República diz que quem ficou chocado "foi o país" com o que se passou nas últimas semanas.

Marcelo entende que a forma correcta de olhar para as últimas semanas é a segunda e não poupou os socialistas que o criticam e o Governo que se diz chocado: "quem olha para a realidade na base do diz-que-diz especulativo não entendeu, nem entende nada do que se passou em Portugal nas últimas semanas".

O dirigente socialista Porfírio Silva foi um dos que criticou as palavras de Marcelo, que classificou como "um inaceitável aproveitamento politiqueiro" de uma tragédia.