Os passageiros regulares da ferrovia dão sinais de algum conformismo, apesar dos constrangimentos que as greves dos comboios da CP provocam.
Esta manhã foi de conformismo o tom dominante dos utentes entrevistados pela Renascença na estação de S. Bento, no Porto, na manhã desta terça-feira.
“Ultimamente, já é tão regular que já contamos um bocadinho com isso. Causa transtorno a toda a gente”, diz Manuela Leão, que esteve mais de meia hora à espera de comboio para Marco de Canaveses.
Testemunho semelhante é o de Enilson José. "Ia utilizar o comboio, para trabalhar, mas o desta manhã não saiu”, conta.
O utente da CP explica que vai ficar “perto de uma hora e meia à espera do próximo comboio”, também para Marco de Canaveses. Observa que vai sair prejudicado pela greve, uma vez que é forçado a perder parte do dia trabalho. “Já avisei o patrão. Não me chega a despedir, mas vou ficar com o trabalho atrasado”, explica.
Eduardo Amorim também já está familiarizado com estes constrangimentos. “Sinceramente, já estou habituado. Uma pessoa tem que se habituar, até 6 de agosto vai ser assim”, diz.
O jovem não foi apanhado de surpresa:. “Já sabia que havia greve. Desde que se iniciaram a 21 de julho, tenho sofrido bastante, mesmo para os lados de Aveiro e tudo."
Eduardo pretendia viajar até Guimarães ou Braga no comboio sub-regional. No entanto, “nem um nem outro partiram às 9h30” evai ter que esperar, "em princípio até às 10h00"
O utente realça também a falta de alternativas de transportes públicos nas zonas onde os comboios passam. “Não há muitos autocarros, não facilita a quem anda de transportes públicos, é complicado.
A greve dos revisores da CP começou segunda-feira e vai estender-se até 6 de agosto. Nesta terça-feira são previstas a supressão de mais de 30 comboios que saem da estação de S. Bento desde as 9H30 até às 15H30.