A primeira visita ao estrangeiro de Erdogan, depois do falhado golpe de Estado, foi ir a S. Petersburgo encontrar-se com Putin. As relações entre a Turquia e a Rússia estiveram em crise, com sanções de parte a parte, sobretudo desde que a aviação turca abateu em Novembro um bombardeiro russo.
Erdogan é um inimigo de Assad, o ditador sírio, o qual é apoiado pela Rússia.
Como entender, então, esta aproximação entre Erdogan e Putin? Ambos são pouco democráticos e estão hoje empenhados em hostilizar a Europa e os EUA. Tal atitude não é novidade em Putin, que joga no ressentimento dos russos por o seu país já não ser uma superpotência. No caso de Erdogan é o culminar de uma viragem que se desenha há anos, mas que é grave do ponto de vista geoestratégico.
A Turquia pertence à NATO e tem as forças armadas mais poderosas da Aliança, depois das americanas.
Há uma séria possibilidade de a Turquia sair da NATO, embora a Rússia não possa substituir o apoio militar que agora os turcos recebem dos EUA. E o acordo com a UE sobre refugiados está condenado. Mas este acordo nunca deveria ter existido