O Partido Socialista (PS) vai esperar pelos esclarecimentos da TAP para decidir se aprova os requerimentos da oposição para ouvir a secretária de Estado do Tesouro no Parlamento sobre a indemnização de 500 mil euros que recebeu da TAP após cumprir sete meses de contrato.
À Renascença, fonte do grupo parlamentar do PS aponta a votação dos requerimentos do Chega e do Bloco de Esquerda para dia 4 de janeiro e diz que, enquanto não houver explicações da companhia aérea pedidas pelo Governo, é prematuro tomar uma decisão.
Os socialistas esperam que ainda esta semana e antes do final do ano sejam dadas essas explicações por parte da companhia aérea.
E se isso não for verdade, ressalta, "então temos aqui um problema, uma declaração falsa a uma entidade reguladora que tem consequências, porque não se pode permitir que uma informação ao mercado seja falsa".
João Duque defende ainda que se a informação transmitida à CMVM for, de facto, falsa, então estamos perante "a conivência da própria secretária de Estado que, perante uma informação falsa, anui, não diz nada e não esclarece que não foi assim".
Para o economista, há uma grande falta de transparência neste caso. "Parece que devemos todos ter explicação perante isto, até porque somos todos donos da TAP."
De acordo com o comunicado enviado à CMVM pela TAP a 4 de dezembro, que a Renascença consultou, Alexandra Reis abandonou o cargo de administradora executiva por vontade própria.
No comunicado pode ler-se que "Alexandra Reis, vogal e membro do Conselho de Administração e Comissão Executiva da TAP,
apresentou renúncia ao cargo, decidindo encerrar este capítulo da sua vida profissional e
abraçando agora novos desafios".
A agora secretária de Estado do Tesouro alega, por seu lado, que o valor da indemnização é legal porque foi a companhia a quebrar o contrato, o que contraria a versão enviada pela TAP à entidade reguladora.
[atualizado às 13h15 com dados sobre a comunicação da TAP à CMVM]