“Obrigado, Sua Santidade, Papa Francisco, pelo seu apelo à ação climática (#climate action). Precisamos de ações mais ousadas e de uma mais forte vontade política para vencer a batalha contra a emergência climática”, escreveu esta terça-feira António Guterres na sua conta no Twitter.
O elogio do secretário-geral da ONU surge depois do Papa ter assinalado o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, a 1 de setembro, com uma mensagem em que lembra que “este é o tempo para nos voltarmos a habituar a rezar imersos na natureza”, e para “refletir sobre os nossos estilos de vida”.
“Criámos uma emergência climática, que ameaça gravemente a natureza e a vida, inclusivé a nossa”, afirma Francisco, lembrando que “a degradação aumentou nas últimas décadas: a poluição constante, o uso incessante de combustíveis fósseis, a exploração agrícola intensiva, a prática de abater as florestas estão a elevar as temperaturas globais para níveis preocupantes”.
“A dissolução dos glaciares, a escassez de água, o menosprezo das bacias hidrográficas e a considerável presença de plástico e microplástico nos oceanos são factos igualmente preocupantes, que confirmam a urgência de intervenções não mais adiáveis”, sublinha a mensagem.
O alerta é reafirmado no ‘Vídeo do Papa’, divulgado no mesmo dia com as suas intenções de oração para setembro, e no qual Francisco deixa um apelo claro a quem tem responsabilidades políticas e de decisão para que faça mais pelos oceanos, que contêm “não só a maior parte da água do planeta, mas também a maior parte da vasta variedade dos seres vivos”.
“Vamos rezar neste mês para que os políticos, os cientistas e os economistas trabalhem juntos pela proteção dos mares e oceanos”, pede Francisco, lembrando que “a Criação é um projeto do amor de Deus para toda a humanidade” e que o dever solidário dos católicos para com a 'Casa Comum' "nasce da nossa fé".
O vídeo e a mensagem escrita do Papa marcaram o início do 'Tempo a Criação', uma iniciativa ecuménica que começou com o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, a 1 de setembro, e se prolonga até 4 de outubro, dia de S. Francisco de Assis. Até essa data várias Igrejas Cristãs promovem um mês de oração e ações concretas em defesa do ambiente.