O Presidente ucraniano avisou neste sábado que "a eliminação" dos últimos soldados ucranianos em Mariupol, cercados por forças militares russas, "porá fim a quaisquer negociações de paz" com Moscovo, avança a AFP.
"A eliminação dos nossos militares, dos nossos homens [em Mariupol] porá fim a qualquer negociação [de paz]", declarou Zelensky em entrevista ao site de informação Ukraïnska Pravda, alertando que as duas partes se encontram "num impasse".
Neste sábado, em entrevista à CNN, o Presidente ucraniano tinha adiantado que já morreram entre 2.500 e 3.000 soldados ucranianos e cerca de 10.000 feridos.
Também hoje, as forças russas destruíram uma fábrica de armamento que produz tanques nos subúrbios de Kiev e oficinas de reparação de equipamento militar em Mykolaiv (sul), anunciou o Ministério da Defesa russo.
Os ataques ocorreram um dia depois de a Rússia ter avisado que iria intensificar os ataques contra Kiev, na sequência de incursões ucranianas no seu território.
Todos eliminados
Os combatentes ucranianos que permanecerem em Mariupol e se recusarem a se render serão eliminados, avisou neste sábado o chefe da República Popular de Donetsk (DPR), apoiada pela Rússia.
"Os nacionalistas – ou seja, membros dos batalhões nacionalistas – ao que parece, não têm intenção de se render, e por isso devem ser eliminados", afirmou.
Os soldados aliados da Rússia estão perto de capturar a cidade de Mariupol, no Sul da Ucrânia, mas as forças ucranianas estarão a resistir ao ataque. Nas redes sociais, há vídeos de forças ucranianas a prometer não entregar as suas posições.
Durante a semana, Moscovo afirmou que mais de mil fuzileiros navais ucranianos se renderam em Mariupol, mas a Ucrânia já o negou.
Mariupol fica no território reivindicado pela chamada DPR e é de importância estratégica para o exército russo, que procura estabelecer uma rota terrestre entre a Crimeia (a Oeste) e Donbas (a Leste).
A ofensiva da Rússia na Ucrânia foi lançada em 24 de fevereiro. Segundo as Nações Unidas, já morreram quase dois mil civis, mas o número real pode ser muito maior.
Por causa da guerra, já figuram mais de 11 milhões de pessoas da Ucrânia, mais de cinco milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.