Uma ano e meio depois do incêndio de Pedrógão Grande, a Cáritas de Coimbra concluiu o processo de entrega das casas reconstruídas às vítimas do incêndio.
Em 18 meses, a instituição reconstruiu 17 casas e adquiriu duas para substituir as que não podiam ser recuperadas, gastando 1,6 milhões de euros.
Esta terça-feira, dia em que o bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, foi conhecer algumas das novas habitações e os seus moradores, marca o final de uma etapa. Segundo o presidente da Cáritas de Coimbra, padre Luís Costa, “todas as casas estão reconstruídas e habitadas”, partindo-se agora para a etapa do “acompanhamento”, o que significa proceder aos ajustes que sejam solicitados pelos habitantes e “proceder à legalização das casas”. Por outro lado, “é preciso que as pessoas voltem à sua vida e que tenham o seu ritmo de vida normal”.
Há um ano, Alzira Quevedo, 77 anos, passava o Natal na casa de amigos, porque o incêndio tinha dizimado a sua casa e todos os seus pertences. Este ano, será diferente. Com emoção, a septuagenária relata aos jornalistas que foi graças aos voluntários da Cáritas, que apelida de “almas carinhosas”, que foi possível refazer a sua casa. "Estou bem”, partilha.
Alzira Quevedo mora com o marido, Álvaro Santos, em Barraca da Boavista, uma povoação dafreguesia de Vila Facaia, no concelho de Pedrógão Grande, ao lado da estrada nacional 236-1, a “estrada da morte”.
A expressão traz memórias traumatizantes a todos os que passaram pela experiência, o que leva D. Virgílio Antunes a reconhecer que “continua a haver dificuldades porque as memórias permanecem."
"Encontramos as pessoas muito mais abertas e tranquilas, a viver uma paz interior muito diferente da que viveram no período dos incêndios", aponta o prelado.
Ao final da tarde desta terça-feira, D. Virgílio Antunes celebra a Eucaristia em Pedrógão Grande, jantando, depois, com as vítimas dos incêndios, a quem vai deixar uma mensagem de “incentivo a olhar o futuro com esperança e otimismo".