Confap. Recusa em divulgar parecer sobre vacinação dos 5 aos 11 anos "não ajuda à tranquilidade" das famílias
09-12-2021 - 19:21
 • Sérgio Costa , André Rodrigues

Jorge Ascenção, da Confap, reafirma a "confiança" nas decisões das autoridades de saúde, mas reconhece que a não divulgação de toda a informação por parte da DGS "aumenta a desconfiança" dos pais.

O presidente da Confederação das Associações de Pais (Confap) diz não compreender a recusa da Direção-Geral da Saúde em divulgar os documentos que sustentam a recomendação para vacinar as crianças entre os 5 e os 11 anos.

A versão final do parecer técnico sobre a vacinação deste grupo etário deverá ser conhecida ainda esta quinta-feira.

Em falta está a decisão sobre o intervalo entre doses da vacina contra a Covid-19, mas a Diretora-Geral da Saúde já disse que não vai divulgar o parecer na sua totalidade, mas apenas uma extensa nota técnica, recusando os argumentos de falta de transparência neste processo.

Em declarações à Renascença, Jorge Ascenção, da Confap, reafirma a "confiança" nas decisões das autoridades de saúde, mas reconhece que a não divulgação de toda a informação por parte da DGS "aumenta a desconfiança que existe nalgumas famílias".

"É bom que possamos ter informação clara, que seja coerente e que transmita tranquilidade. Dissemo-lo, também, em relação ao número de casos nas escolas... também não se entende porque é que não há uma divulgação clara de que casos existem, porquê que existem, quantos são recuperados", acrescenta.

Questionado sobre o facto de terem sido encomendadas doses da vacina pediátrica para a Covid-19, ainda antes de existir uma decisão no sentido de vacinar as crianças mais jovens, Jorge Ascenção lamenta o que diz ser a estratégia "titubeante" do primeiro-ministro que, "quando fez o anúncio, já tinha informação que nós vamos tendo paulatinamente ao longo destes últimos dias. Agora sabemos que, afinal, há pareceres que recomendam, mas era bom que o primeiro-ministro dissesse que já conhecia esses pareceres ou então, obviamente, ficamos na expectativa".

"Esta pouca coerência na informação não ajuda à tranquilidade de que precisamos, porque sabemos a importância que a escola tem para os nossos filhos e é bom que a vacina tenha esse efeito positivo e que as escolas no segundo e terceiro período possam funcionar com normalidade", conclui o presidente da Confap.

Entretanto, a DGS marcou para esta sexta-feira uma conferência de imprensa onde se espera que sejam revelados detalhes sobre a vacinação de crianças dos 5 aos 11 anos.