A pandemia da Covid-19 virou o mundo para as compras online. Portugal não foi exceção. Os CTT apanharam a onda provocada pelo tsunami e não têm mãos a medir.
“Trabalhámos no pico da pandemia como trabalhamos no Natal, no Black Friday ou nos saldos”. O director de comunicação e porta-voz da empresa, Miguel Salema Garção, dá uma ideia do que tem sido o trabalho dos CTT nos dias que já passaram e no momento que vivemos.
“Houve um crescimento exponencial do tráfego de encomendas. As pessoas recorreram muito mais ao online para adquirir produtos e serviços, e houve um aumento significativo. No pico da pandemia estávamos com dados equivalentes a dois ou três períodos do ano”, remata Miguel Salema Garção, em declarações à Renascença.
Os CTT assinalam 500 anos de existência em novembro e têm uma história de altos e baixos, acompanhando a vida do país.
A pandemia obrigou a empresa a criar um gabinete específico para lidar com a Covid-19 e a implementar medidas de contenção junto dos funcionários, mas nunca deixou de trabalhar.
“Estivemos com entrega total na linha da frente. Tivemos os nossos carteiros nas ruas, e as nossas lojas abertas, ainda que com horário reduzido, mas não abandonámos as populações, não abandonámos o país e estivemos sempre a ligar as pessoas e as empresas”, assinala o porta-voz da empresa.
Miguel Salema Garção garante que a pandemia, que apanhou o mundo de surpresa, não apanhou os CTT em falso.
A empresa já estava a investir na modernização e no digital e isso terá sido fundamental para manter um funcionamento que Miguel Salema Garção considera estar à altura das expectativas dos CTT.
Miguel Salema lembra que os Correios têm vindo a contratar pessoas e que, ao fim de 500 anos, “a empresa tem vindo a adaptar-se. Os CTT estão a surfar a onda da digitalização, ao longo de anos, e a digitalização é um terreno conhecido onde a empresa dá cartas”.
De resto sublinha, “os CTT são um player de referência a nível europeu e mundial ao nível do comércio eletrónico”.
Os trabalhadores dos Correios estão esta sexta-feira em greve, pela segunda vez em duas semanas, em protesto contra o pagamento do subsídio de refeição em cartão.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT) disse que adesão à greve nos CTT era de 78% até às 12h00, enquanto a empresa aponta 18,4%, "sem impacto expressivo" na atividade.