O Sindicato dos Trabalhadores dos Registos e do Notariado (STRN) critica a campanha lançada, nesta sexta-feira, pelo Mecanismo Nacional Anticorrupção (MENAC) e que recorre ao exemplo de um funcionário público receber dinheiro para não aplicar coimas.
Numa nota enviada à comunicação social, o STRN defende que a iniciativa é "imprópria, inoportuna e altamente prejudicial para a imagem dos trabalhadores do setor", lembrando que os casos mais mediáticos de corrupção "estão em quem tem ocupado cargos públicos políticos e não nos funcionários públicos".
Segundo o presidente do sindicato, a iniciativa da nova instituição criada para a prevenção e o combate à corrupção - e que visa assinalar o Dia Internacional contra a Corrupção, que se cumpre hoje - levanta "uma suspeita generalizada sobre todos os funcionários públicos", reiterando que não tal representa a seriedade destes profissionais".
Arménio Maximino realça ainda a importância do setor dos registos para a economia e apela à tutela para avançar com a resolução dos "graves problemas estruturais", ao apontar a escassez de profissionais, nomeadamente, de 234 conservadores de registo e de 1.522 oficiais de registo, entre outros problemas.
Com o mote "Contra a corrupção, todos devemos dizer não!", a campanha recorre a alguns exemplos abstratos de comportamentos associados à corrupção para alertar para os seus impactos ao nível da credibilidade das instituições democráticas e do desenvolvimento económico e social.
"O objetivo é sensibilizar os cidadãos para a necessidade de prevenir e contribuir para a rejeição do fenómeno", salienta uma nota do MENAC.
A campanha conta com o apoio da RTP e da Antena 1 e estará presente em diversos locais de atendimento de serviços públicos, de norte a sul do país, estando prevista igualmente a sua divulgação através dos canais digitais de diversos organismos da administração pública.