O Estado falhou na atribuição de apoios às IPSS durante a pandemia. De acordo com o Tribunal de Contas, os 160 milhões de euros transferidos para as instituições particulares de solidariedade social em 2020, não chegaram de igual forma a todas as instituições e que os apoios estatais ficaram aquém do que seria necessário.
À Renascença, o presidente da Confederação das Instituições de Solidariedade Social (CNIS) confirma que o apoio não foi suficiente. “Não foi o que deveria ter sido”, sublinhou o padre Lino Maio, realçando que “algumas instituições, nomeadamente uniões, ficaram para trás”.
“Não que não se tenham candidatado, mas que pela burocracia, de facto, ainda não tiveram os apoios a que se candidataram e que mereciam. O grande problema das instituições é, de facto, o da escassez de recursos, porque aí o Estado em que tem que se chegar”, explica.
O presidente da CNIS alerta ainda para outro problema que deriva do aumento de custos das instituições no decorrer da pandemia. “Penso que o Tribunal de Contas não sublinha este aspeto, mas o grande problema ainda é o não olhar por parte da Saúde para estas instituições.”
Entende que o Estado tem de agir e cumprir com as suas obrigações, defendendo a necessidade dos lares serem revistos porque na sua opinião estes não estão ajustados às necessidades de idosos dependentes de tantos apoios.
Há já pessoas a fugir deste setor. É um trabalho duro e mal pago, diz o responsável, concordando, por isso, com a recomendação deixada pelo Tribunal de Contas.
O presidente da CNIS alerta ainda para a necessidade de os idosos serem acompanhados por pessoas formadas.
“Estamos com problemas. Já estávamos e eles vêm-se acentuando. As pessoas que estão nos lares, precisam de pessoas especializadas, trabalhadores especializados, mas é preciso também outra parte, eles normalmente não são pagos como deveriam ser. As tabelas remuneratórias são, de facto, baixas. Não é possível serem melhores neste momento, mas têm que ser”, defende.