Os serviços públicos vão estar a funcionar a meio gás. Em causa está a greve dos funcionários e a manifestação agendada para junto à Assembleia da República. O protesto encerra mais de um mês de luta e vai concentrar milhares de trabalhadores de todo o país e setores, para reclamarem aumentos salariais e melhores condições de vida.
A manifestação nacional acontece na véspera da discussão do diploma sobre a Agenda do Trabalho Digno e que vai afetar o funcionamento dos transportes camarários, segurança social e finanças.
À Renascença, Ana Pires, membro da CGTP, alerta que as manifestações no setor público e privado vão continuar, caso não seja dada uma resposta. “Se não forem dadas respostas às necessidades dos trabalhadores, estou certa os níveis de pobreza e dificuldades, que nós estamos a assistir nos locais de trabalho, que são de dia para dia crescentes, vão aumentar.”
No entender da sindicalista, “isto devia ser uma matéria que está na cabeça de todos. Como responder aos trabalhadores e às suas famílias, aos reformados e pensionistas, às camadas mais desfavorecidas da nossa população”.
“Muitos já estão a passar por necessidades mais básicas, como a fome”, revela.
De acordo com a sindicalista, a manifestação desta quinta-feira será uma forma de “convergência de todas as lutas em curso”, para os trabalhadores mostrarem “a sua indignação face ao aumento do custo de vida, ao ataque ao poder de compra e aos direitos, ao aumento das desigualdades, das injustiças e da pobreza”.
Na rua, os manifestantes vão reivindicar o aumento geral de salários para todos os trabalhadores, das pensões para os reformados e pensionistas, a redução do horário de trabalho, a erradicação da precariedade, o emprego com direitos e uma legislação laboral que contribua para a valorização do trabalho e dos trabalhadores.
A manifestação nacional parte ao início da tarde do Marquês de Pombal para a Assembleia da República, onde intervirá a Interjovem, organização de jovens trabalhadores, e a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha.