"Cardeal patriarca é o representante global nacional"
21-02-2017 - 02:39

A frase é de Luís Salgado Matos, autor do livro "O Patriarcado de Portugal - Três séculos de uma instituição lisboeta, nacional e católica".

Mais do que uma instituição local, o Patriarcado de Lisboa é uma instituição simbólica do país e o "cardeal patriarca é o representante global nacional". É este o tema-chave do livro "O Patriarcado de Portugal - Três séculos de uma instituição lisboeta, nacional e católica (1716-2016)".

A obra de Luís Salgado Matos, que foi lançada esta segunda-feira, assinala a comemoração dos 300 anos do Patriarcado de Lisboa.

O cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, diz que o livro tem um título "sugestivo", porque “distingue aquilo que é o Patriarcado como uma diocese entre as 20 dioceses portuguesas e aquilo que ele representou na história do país para ser a instância da Igreja mais perto da instância política”.

A obra aborda a importância do Patriarcado de Lisboa na afirmação de Portugal no mundo, explica D. Manuel Clemente.

“A tese do Professor Salgado Matos é que, à volta do patriarca, que era o capelão régio e o bispo da capital, acabou por se polarizar muito do catolicismo português, o que é um facto”, sublinha o cardeal patriarca de Lisboa.

O Patriarcado corresponde à Diocese de Lisboa, mas o autor Luís Salgado Matos diz que o título de patriarca vai além das fronteiras da diocese.

“A expressão Patriarcado de Portugal era uma expressão corrente, porque se lhe distinguia a capacidade administrativa do Patriarcado da sua capacidade como instituição nacional. Este título procura reconstituir o Patriarcado tal como ele foi concebido e como tem funcionado até aos nossos dias. O cardeal patriarca é o representante global nacional, bem contra a vontade dos patriarcas depois do cardeal Cerejeira. É contra a vontade deles, não são eles que querem”, sustenta.

A apresentação do livro contou também com a presença de Jorge Bacelar Gouveia, professor catedrático da Universidade Nova de Lisboa; e José Vera Jardim, presidente da Comissão de Liberdade Religiosa.