Angola. Eleições decorrem “serenas e organizadas”
23-08-2017 - 10:00

Mais de nove milhões de eleitores escolhem hoje o sucessor de José Eduardo do Santos.

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São as primeiras eleições desde a independência de Angola em que José Eduardo dos Santos não é candidato. Luís Vales, observador internacional que está no país a convite do MPLA, fala numa afluência elevada que decorre num ambiente “sereno, pacífico e organizado”.

À Renascença, o secretário-geral adjunto do PSD, revela que estão no terreno 240 observadores internacionais e 1.200 nacionais.

Mais de 9,3 milhões de angolanos estão inscritos para escolherem hoje, entre seis candidatos, o sucessor de José Eduardo dos Santos - que não integra qualquer lista candidata -, com a votação a decorrer até às 18h00.

“Até ao momento não há indicação, da parte da Comissão Nacional Eleitoral, de qualquer tipo de incidentes”, revela Luís Vales, acrescentando que apenas notou a falta de delegados de alguns partidos, que não têm pessoas suficientes para estarem em todas as mesas de voto.

Este observador não notou um reforço do patrulhamento nas ruas e descreve “um dia normal” sem “grandes movimentações militares ou da polícia”.

Viragem gradual

António Martins da Cruz, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros que se encontra em Luanda como observador internacional a convite de José Eduardo dos Santos, fala de uma “Luanda calma” e diz não ver “nenhuma diferença entre o processo de votação em Angola e noutros países europeus”.

Segundo as sondagens, o novo presidente deverá ser o General João Lourenço. Martins da Cruz acredita que vai “com certeza querer imprimir as suas dinâmicas e gerir a transição”, mas que tudo leva a querer que um ponto de “viragem gradual”.

O antigo ministro acredita que as relações com Portugal terão novo fôlego, mas que agora compete ao “Governo português aproveitar este momento para fazer gestos em relação ao novo poder angolano”.

Seis forças políticas que concorrem a estas eleições: MPLA, UNITA, FNLA, CASA CE, Aliança Patriótica Nacional e o Partido de Renovação Social.

Esta votação envolve a eleição directa do parlamento (220 deputados) e indirecta do Presidente da República, que será o cabeça-de-lista do partido mais votado.