Um elemento da Missão olímpica portuguesa que estará em Tóquio recusou a vacinação contra a Covid-19.
A revelação é feita em Bola Branca pelo presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino.
"Com exceção de um elemento que se recusou a ser vacinado, toda a nossa missão está vacinada. Como sabemos, a vacinação limita as possibilidades de contração do vírus e da sua transmissibilidade mas não anula na sua totalidade e por isso corremos sempre o risco de termos alguma fatalidade. Não vou dizer quem recusou a vacinação, é uma questão de natureza reservada e um direito que assiste às pessoas. O Comité Olímpico Internacional não obriga a que as pessoas estejam vacinadas. Temos de respeitar isso e também o sigilo que é necessário na proteção a quem tomou essa decisão", diz.
"Enormes constrangimentos" na preparação para Tóquio 2020
Recentemente, o Comité Olímpico Internacional (COI) revelou que "cerca de 80% dos atletas" já estão vacinados.
E só um elemento da equipa nacional não está vacinado. Portugal tem 69 apurados para Tóquio, numa preparação com dificuldades de mobilidade e logística devido à pandemia.
"A preparação da missão portuguesa está a decorrer dentro do quadro de normalidade possível. A situação é de enormes constrangimentos do ponto de vista da mobilidade e das regras de segurança a que estamos a ser submetidos. Existem, ainda, algumas matérias que carecem de total conhecimento e estamos, por isso, na expectativa de receber, do comité organizador, as últimas orientações relativamente ao modo como a missão se pode organizar e mover em Tóquio. Em termos gerais, tudo está a decorrer de forma normal, tendo sido possível, até à data, dar resposta a todas as alterações que têm de ser feitas por estarmos num contexto completamente diferente daquilo a que estamos habituados", acrescenta.
COP não subscreve o "Lisboa Call on Sport Innovation"
Nestas declarações a Bola Branca, o líder do COP aponta o dedo ao Governo pela alegada ausência de medidas para o desporto, no contexto da pandemia.
Assim, não subscreveu o documento que visa a retoma do desporto após a crise de saúde, o “Lisboa Call on Sport Innovation”.
"Entendemos que as prioridades que foram definidas para a agenda política da presidência europeia não correspondem aquilo que são as necessidades que o sistema desportivo português e europeu estão a viver em função do surto pandémico. A nossa ordem de prioridades é distinta. Tivemos oportunidade de sugerir outras temáticas mas elas não foram consideradas. Não nos revemos no documento cuja subscrição nos foi solicitada pois não tem em conta a situação que os sistemas desportivos europeus estão a viver e a importância que as políticas públicas têm para reverter a situação", afirma.
Os Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados de 2020 devido à pandemia,
realizam-se entre 23 de julho e 8 de agosto deste ano.