O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defende que, apesar de não ser obrigatória, a vacinação é "fundamental", apelando a que os portugueses façam a vacina contra o sarampo, sobretudo crianças e jovens.
Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas durante uma visita do chefe de Estado à Futurália, feira de Educação e Formação, que decorre na FIL, em Lisboa.
"Não é possível haver vacinação obrigatória, mas é muito importante que muitos portugueses percebam a importância da vacina", sublinhou o Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa disse que "houve uma moda respeitável," mas que não deixou de ser "uma moda" entre as pessoas que hoje estão entre os 30 e os 50 anos de idade que entediam que as vacinas tinham efeitos colaterais.
"Ora está provado que a vacinação tem um papel fundamental neste tipo de doenças e, portanto, se eu posso fazer um apelo sem que isso seja obrigatório para ninguém, é o apelo no sentido de vacinarem, a começar pelas crianças e pelos jovens", defendeu o Presidente, referindo-se à vacina do sarampo.
Isso é mais importante do que saber "se cabe ou na Constituição" a obrigação de vacinar, disse ainda o Presidente da República, lembrando que ele próprio já deu o exemplo, com a vacina contra a gripe.
"Já tive sarampo quando era criança, mas se fosse mostrar que era necessário fazer vacina contra o sarampo, eu faria a vacina contra o sarampo", declarou Marcelo.
Um comunicado divulgado pela Direção-Geral de Saúde (DGS) na sexta-feira às 19:00 notava que "foram notificados, na Região Norte, 72 casos suspeitos de sarampo, a maioria dos quais com ligação laboral ao Hospital de Santo António, no Porto. Dos 72 casos notificados, 25 foram confirmados laboratorialmente pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e 15 foram infirmados; os restantes casos aguardam resultado laboratorial".
Todos os casos confirmados são em "adultos, estando três internados em situação clínica estável". Dos 25 casos, 16 foram confirmados em mulheres, cinco em pessoas não vacinadas, quatro em pessoas com esquema vacinal incompleto e um numa pessoa com esquema vacinal desconhecido. A grande maioria dos doentes, 22, são profissionais de saúde.