Há pagamentos em atraso a várias Misericórdias da zona centro do país.
A assembleia geral da União das Misericórdias Portuguesas, que decorreu este fim-de-semana em Fátima, fez o ponto de situação do trabalho destas 116 unidades que representam 4.500 camas de norte a sul do país.
O presidente Manuel Lemos ouviu queixas na sua maioria relativas à zona centro.
“De uma maneira geral há atrasos muito significativos na região centro. Estamos a falar de pagar Outubro nuns casos e Novembro noutros. São unidades muito pequeninas que estão a fazer um esforço sobrehumano para pagar às pessoas e aos fornecedores”, disse.
Para algumas misericórdias a resposta nos últimos seis meses tem sido sempre a mesma.
“O nosso primeiro interlocutor são as ARS e todas nos dizem que não foram abstidas financeiramente. A resposta é ‘não temos dinheiro’”, refere.
A União das Misericórdias acredita que a situação será regularizada em breve sublinhando que tem havido contactos com o Governo nesse sentido. Manuel Lemos considera que não se vai chegar ao ponto de fechar portas.
“Se chegássemos a uma situação de encerramento isso aumentava muito significativamente a despesa do Estado porque esses doentes, onde é que iam parar: aos hospitais. Não faz sentido, nem do ponto de vista ético nem do ponto de vista do financiamento”, acrescenta.
Embora esteja previsto na lei as Misericórdias lembram também que a actualização de preços não está a ser feita.
O Governo apresentou um novo modelo de financiamento das misericórdias mais centrado nos resultados e menos nos dias em que os doentes permanecem nas misericórdias.
Esta é uma proposta que ainda não conhecem em pormenor mas que a União das Misericórdias diz estar disponível para discutir.