Salah Abdeslam, o único sobrevivente de uma célula jihadista que levou a cabo os atentados de Paris, em novembro de 2015, conhece a sentença esta segunda-feira. O alegado terrorista está a ser julgado em Bruxelas pela sua presumível participação num tiroteio com a polícia na capital belga, a 15 de março de 2016.
No primeiro dia de julgamento, Salah recusou-se a prestar quaisquer declarações, tendo apenas dito que confia no seu deus – “Alá”. Está a ser julgado juntamente com um suposto cúmplice, Sofiane Ayari.
No Palácio de Justiça de Bruxelas, Abdeslam fez várias referências à sua religião, o Islão, e lançou críticas ao sistema de Justiça, afirmando que “os muçulmanos são julgados e tratados da pior forma” e não beneficiam do princípio de presunção de inocência.
Foi capturado na comuna de Molenbeek, não impedindo dias depois dois atentados suicidas na capital belga: no aeroporto internacional de Zaventem e na estação de metro de Maalbeek, que fizeram 35 mortos
De acordo com a Procuradoria federal belga, os atentados de Paris e de Bruxelas, bem como o ataque gorado no comboio de alta velocidade Thalys entre Amesterdão e Paris, em agosto de 2015, estão relacionados e resultam, “provavelmente, de uma única operação” do grupo terrorista autodenominado Estado Islâmico.
Abdeslam é suspeito de ter desempenhado um papel fundamental nos preparativos dos ataques mais mortíferos alguma vez cometidos em França, ao alugar os carros utilizados nos atentados, os apartamentos utilizados pelos elementos da célula terrorista e ao transportar membros desta através da Europa.
Na noite de 13 de novembro, também transportava um cinto de explosivos, desconhecendo-se ainda se não se fez explodir por problema técnico ou por ter mudado de ideias, mas esse julgamento terá lugar em França, depois do processo em Bruxelas.
Os atentados de Paris fizeram 130 vítimas mortais e vários feridos.