Os agricultores admitem protestos nas grandes cidades, se o Governo não pagar os apoios até ao final de fevereiro.
Em declarações à Renascença, o porta-voz do Movimento Civil dos Agricultores (MCA) avança que a redução de impostos sobre o gasóleo agrícola ainda não entrou em vigor, ao contrário do prometido pelos ministros das Finanças e da Agricultura. Fernando Medina e Maria do Céu Antunes tinham definido a última segunda-feira como a data de início da medida.
Já o Ministério da Agricultura esclarece que a redução já foi aplicada, mas que o impacto é inferior ao esperado – o desconto foi de 2,6 cêntimos, mas, com a subida de dois cêntimos no preço do gasóleo, o preço final desceu apenas 0,6 cêntimos.
António Saldanha acusa o Governo de “falta de compromisso e de seriedade” e ameaça dificultar a distribuição de bens alimentares, se o Conselho de Ministros de quinta-feira não acelerar os pagamentos.
“Em função do que ficar assente em Conselho de Ministros, nós tomaremos uma atitude. Uma forma de protesto que consideramos efetiva é fazer sentir que, nas grandes cidades, os supermercados não funcionam da mesma forma nem o cabaz das famílias tem a mesma diversidade sem os agricultores”, explica.
O porta-voz do MCA diz que o pacote de apoios em mais de 400 milhões de euros “não parece ser insuficiente”, mas relembra que “ainda não está materializado e que, por isso, as ajudas ainda são virtuais”.
O Movimento Civil de Agricultores é recebido na próxima quinta-feira pela ministra da Agricultura, depois de, na última semana, ter organizado protestos que bloquearam várias fronteiras no país.