A PGR de Angola indicou esta segunda-feira à agência Lusa que continua a analisar o processo remetido pela justiça portuguesa envolvendo o ex-vice-Presidente angolano Manuel Vicente, acusado de alegados crimes de corrupção ativa, branqueamento de capitais e falsificação de documento.
A informação foi avançada à Lusa pelo porta-voz da Procuradoria-Geral da República (PGR) angolana, Álvaro João, no dia em que estava prevista, em Lisboa, a leitura do acórdão da Operação Fizz, entretanto adiada, processo em que estava acusado Manuel Vicente por alegada corrupção ativa do ex-procurador português Orlando Figueira.
Segundo Álvaro João, a PGR continua a "estudar o processo", que contém "um número elevado de peças".
"O processo está em análise, está em estudo, tem um número elevado de peças, é quase da minha altura, eu tenho 1,74 metros, mas estamos a trabalhar nele", explicou Álvaro João.
Em junho deste ano, a justiça portuguesa remeteu para Angola, após decisão um mês antes, do Tribunal da Relação de Lisboa, o processo que envolve o ex-vice-Presidente angolano, Manuel Vicente, para julgamento em Luanda, pondo termo a um caso que causou mal-estar nas relações entre os dois países, por vários meses, este ano.
A Operação Fizz assenta na acusação de que Manuel Vicente corrompeu Orlando Figueira, com o pagamento de 760 mil euros, para que este arquivasse dois inquéritos em que estava a ser investigado, um deles o caso da empresa Portmill, relacionado com a aquisição de um imóvel de luxo no Estoril em 2008.