O diretor de uma organização não-governamental que ajuda exilados bielorrussos foi encontrado enforcado num parque em Kiev, revelou a polícia ucraniana, acrescentando ter aberto uma investigação.
Vitaly Shishov, que liderou uma organização com sede em Kiev que ajuda os bielorrussos a fugir da perseguição, tinha sido dado como desaparecido por um amigo na segunda-feira depois de não voltar para casa depois de uma corrida.
Segundo a agência Reuters, a polícia já deu início a um processo de investigação criminal por suspeitas de assassinato, estando a investigar também se o crime poderá ter sido disfarçado de suicídio.
De acordo com um comunicado oficial, “o cidadão bielorrusso Vitaly Shishov, que desapareceu ontem [segunda-feira] em Kiev, foi encontrado enforcado hoje [terça-feira] num dos parques de Kyiv, não muito longe do seu local de residência”.
Muitos bielorrussos fugiram do país, nomeadamente para a Ucrânia, Polónia e Lituânia, no meio de uma feroz repressão da dissidência naquela antiga república soviética governada com punho de ferro desde 1994 pelo Presidente Alexander Lukashenko.
O caso Chychov surge pouco depois de um incidente nos Jogos Olímpicos de Tóquio com a velocista bielorrussa Krystsina Tsimanouskaya, que afirmou ter sido forçada a retirar-se da competição e ameaçada de repatriação forçada por criticar a sua federação nos meios de comunicação social.
A atleta de 24 anos refugiou-se na embaixada da Polónia, da qual obteve um visto humanitário na segunda-feira.
O histórico movimento de protesto pós-eleitoral que abalou a Bielorrússia em 2020 foi esmagado por detenções em massa, pelo exílio forçado de opositores, e pela destruição de muitas ONG e meios de comunicação independentes.
As autoridades bielorrussas caracterizaram os manifestantes anti-governo como criminosos ou revolucionários violentos apoiados pelo Ocidente, e justificaram as ações das suas próprias agências de aplicação da lei como apropriadas e necessárias.
O grupo Da Casa Bielorrussa na Ucrânia (BDU) tinha agendada para dia 8 de agosto uma marcha de protesto, em Kiev, contra Lukashenko.