Unicef alerta que 13,6 milhões de crianças precisam de assistência humanitária urgente no Sudão
30-05-2023 - 11:33
 • Olímpia Mairos

Fundo das Nações para a Infância diz que a situação no Sudão, devido ao conflito, “atinge agora níveis catastróficos, com acesso a alimentos, água potável, eletricidade e telecomunicações pouco fiáveis ou inacessíveis”.

A Unicef alerta que mais de 13,6 milhões de crianças precisam urgentemente de assistência humanitária vital no Sudão, em consequência do conflito que já dura há mais de seis semanas.

Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância, trata-se do maior número já registado no país, fruto da violência que continua a ameaçar a vida e o futuro das famílias e das crianças, deixando os serviços básicos interrompidos e muitas instalações de saúde encerradas, danificadas ou destruídas.

Em comunicado, sinaliza que “a necessidade de assistência humanitária nunca foi tão crítica para as crianças no Sudão, uma vez que as populações mais vulneráveis lutam para sobreviver e serem protegidas”.

“O acesso às necessidades básicas está a tornar-se cada vez mais difícil de garantir. Antes do conflito, perto de nove milhões de crianças já precisavam urgentemente de assistência humanitária”, acrescenta o documento.

"À medida que o conflito no Sudão prossegue, o impacto nas crianças torna-se cada vez mais devastador a cada dia que passa", afirmou

Para Adele Khodr, diretora Regional da Unicef para o Médio Oriente e Norte de África, citada no comunicado, “estas crianças não são apenas números, são seres humanos com famílias, sonhos e aspirações”.

“Elas são o futuro do Sudão, e não podemos ficar de braços cruzados enquanto as suas vidas são destruídas pela violência. As crianças do Sudão merecem uma oportunidade para sobreviver e prosperar. Nenhum esforço deve ser poupado por todos os intervenientes para proteger as crianças e os seus direitos”, defende.

Se a situação já era grave para as crianças antes do conflito, o Fundo das Nações para a Infância alerta que “atinge agora níveis catastróficos, com acesso a alimentos, água potável, eletricidade e telecomunicações pouco fiáveis ou inacessíveis”.

De acordo com a Unicef, “mais de um milhão de pessoas abandonaram as suas casas e estão deslocadas internamente no Sudão, incluindo 319 mil que já cruzaram para países vizinhos, metade das quais se acredita serem crianças”.

“Sem uma resposta humanitária imediata e abrangente, as consequências do deslocamento, da falta de serviços sociais básicos e da proteção terão efeitos devastadores – e a longo prazo – nas crianças”, alerta, apelando aos doadores que colaborem para responder “às necessidades urgentes adicionais, incluindo a expansão do tratamento de mais de 620 mil crianças que sofrem de subnutrição aguda grave, metade das quais podem morrer se não receberem assistência a tempo”.

Apesar dos desafios do acesso humanitário e segurança devido ao conflito ativo, a Unicef garante que continua a atuar no Sudão e, juntamente com os parceiros, está a fornecer “artigos de saúde, água, saneamento, nutrição e serviços de proteção infantil tão necessários em todo o país”.