Esta sexta-feira, arrancam as provas de aferição escritas para os alunos do ensino básico, mas nem todos vão fazer em papel. Este ano há cerca de 3.500 estudantes que fazem as provas em suporte digital, do 2.º, 5.º e 8.º anos de escolaridade. Trata-se do projeto-piloto, que decorre em cerca de 30 escolas do país.
As provas e exames nacionais dos alunos do ensino obrigatório vão passar a ser feitas diretamente em computadores em 2025, segundo o plano do Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), que arranca com um projeto-piloto em cerca de 30 escolas do país, incluindo ilhas e ainda algumas escolas portuguesas no estrangeiro.
Esta sexta-feira fazem as provas de aferição, os alunos do 5.º ano a Matemática e Ciências naturais e os alunos do 8.º ano, a Português.
Segundo o presidente do IAVE, estão a testar apenas a sua plataforma e os itens que foram elaborados para suporte digital. Para estas provas os alunos podem usar os computadores da escola, mas “também podem usar o portátil que foi fornecido ou o seu próprio portátil”. Luís Santos sublinha que “o que é preciso é que os alunos tenham à sua frente um equipamento que lhes permita responder à prova, na plataforma. Tanto pode ser um equipamento da própria escola com o do próprio”.
Acessos à Internet ficam vedados
Os alunos vão fazer a prova em sala de aula com os professores vigilantes, como se fosse uma prova em suporte de papel.
Luís Santos diz que tudo está a ser salvaguardado “para que não seja posta em causa a segurança das provas”. Explica que quando os “alunos começam a sua prova, não podem fechar a janela” da prova para não acederem a outras janelas e, assim, não poderem aceder à internet. “Tudo é controlado.”
Acrescenta que este projeto-piloto “serve para testar todos os procedimentos” para que em 2025 “com a generalização tudo esteja salvaguardado”.
Para garantir que tudo vai correr bem e que a net não falha, “há verbas para melhorar as infraestruturas das escolas em termos tecnológicos”.
Provas digitais permitem outros desafios
A plataforma com as provas do IAVE corre num browser, o aluno faz um acesso com as credenciais, que a escola recebeu antecipadamente, coloca o nome de utilizador e uma password e depois fica em condições de começar a prova.
Luís Santos garante “que a navegação é muito simples, os alunos respondem aos itens e podem avançar ou recuar”.
Neste projeto-piloto a prova digital é muito idêntica à prova escrita: “Em vez dos alunos porem uma cruzinha numa situação de escolha múltipla, vão clicar no quadradinho correspondente” e há também diferenças de operacionalização, por exemplo, “no item de associação, os alunos podem ter de arrastar uma resposta para o sítio certo enquanto no papel fazem um risquinho a ligar as duas colunas”.
O mesmo responsável reconhece que no futuro as provas em formato digital podem ser exploradas de outra forma. Assume que “tem grandes potencialidades” e dá como exemplo a possibilidade “de ter itens muito mais interativos, de fazer simulações de atividades experimentais, ter vídeo”, como já foram utilizados em estudos internacionais.
Exames em papel chegam ao fim em 2025
Quanto à avaliação, não há qualquer alteração. Os alunos recebem o relatório individual, assim como as escolas também irão receber o seu.
O IAVE vai fazer uma análise mais detalhada à forma como decorreu, em outubro ou novembro, para ajudar a preparar de forma mais consistente e com mais qualidade o processo de generalização para 2023”, quando todas as provas de aferição forem realizadas em suporte digital.
De fora vão ficar apenas as provas de expressão Artística e de educação Física.
Nesse mesmo ano decorre um projeto-piloto das provas finais do 9.º ano, em 2024 será feito um projeto piloto dos exames nacionais e “em 2025 esperamos ter uma generalização das provas de avaliação externas em suporte digital, se tudo correr conforme está previsto”.