Perante inúmeras velas acesas, no Alto do Parque Eduardo Sétimo, cerca de 400 pessoas juntaram-se, na noite desta terça-feira, para homenagear as vítimas dos ataques perpetrados pelo Hamas.
O presidente da Comunidade Israelita de Lisboa, David Joffe Botelho, diz tratar-se de uma ação que visa manifestar solidariedade para com Israel.
“Aqui estivemos a chorar as vítimas dos ataques barbáricos de sábado. Não é aceitável este nível de chacina, de barbárie e de selvajaria no mundo em que hoje vivemos, afirma à Renascença.
David Joffe Botelho assume ter ficado perplexo com a violência dos ataques e manifesta-se preocupado com a situação dos reféns, às mãos do Hamas.
“É o sofrimento de famílias que não sabem onde é que os seus entes queridos estão. Numa situação de conflito, os prisioneiros têm direitos, isto quando estamos a falar de forças armadas regulares e de pessoas que civilizadas. Neste caso não estamos a falar disso. Prisioneiros de guerra são soldados que são tomados reféns. Aqui estamos a falar de civis que foram raptados das suas famílias, crianças que foram raptadas”, defende.
O presidente da Comunidade Israelita de Lisboa aproveita a ocasião para apelar a que Portugal reforce o seu apoio ao Estado e ao povo de Israel. “É preciso criar um ambiente de paz”, remata.
Embaixador de Israel em Portugal fala em "guerra contra ao terrorismo"
Presente na vigília esteve também o embaixador de Israel em Portugal, Dor Shapira, que condenou igualmente as ações do Hamas.
"É uma organização terrorista. Vemos o mesmo comportamento do ISIS e da Al-Qaeda. Esta é uma guerra contra o terrorismo, não é contra o povo palestiniano, nem contra os residentes em Gaza. É contra o terror e por isso devemos ficar unidos e lutar contra o terror”, alega.
O embaixador de Israel em Portugal confessa surpresa pelos ataques sem precedentes do passado fim-de semana e remete para mais tarde uma eventual investigação às falhas no sistema de defesa israelita. Diz que, por agora, é preciso combater uma organização que designa de “terrorista”.
"Não é segredo. Ficámos surpreendidos, mas não é a melhor altura para falar sobre o que aconteceu e quais os erros que foram cometidos. Acabaremos esta guerra, ganharemos esta guerra e então teremos tempo suficiente para investigar e aprender com os erros, se é que os houve, e para solucioná-los", declara.
O diplomata apelou também à ajuda da comunidade internacional para que desenvolva esforços no sentido de permitir a libertação dos reféns.
O mais recente capítulo neste conflito israelo-palestiniano já terá provocado a morte a 900 palestinianos e a 1.000 israelitas, para além de mais de 7.000 feridos de ambos os lados, de acordo com dados recentes.