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O Reino Unido registou mais 2.919 infeções e 14 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, o quinto dia consecutivo em que foram detetadas mais de 2.000 infeções, informou o ministério da Saúde britânico.
Na quarta-feira tinham sido registadas 2.659 novas infeções e oito mortes.
O total acumulado de casos de contágio desde o início da pandemia Covid-19 no Reino Unido passou esta quinta-feira para 358.138 e o número de mortes para 41.608.
O agravamento da situação epidémica levou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, a anunciar um apertar das restrições e distanciamento social, como ajuntamentos limitados a seis pessoas em espaços interiores ou ao ar livre em Inglaterra, orientação que a Escócia e Irlanda do Norte também adotaram.
"Estas não são medidas que tomamos de ânimo leve. Eu entendo que para muitos significa mudar planos feitos há muito tempo ou perder momentos preciosos com entes queridos, mas este sacrifício é vital para controlar o vírus a longo prazo e salvar vidas”, justificou hoje o ministro da Saúde, Matt Hancock, no parlamento.
O Governo assumiu a ambição de multiplicar a capacidade de processamento do número de testes diários, atualmente em cerca de 300 mil, para 10 milhões por dia “num futuro próximo", com resultados num espaço de minutos, plano que apelidou de “Operação Moonshot”.
O objetivo é restaurar alguma normalidade na vida das pessoas, permitindo que assistam a espetáculos em salas fechadas ou eventos desportivos após testarem negativo a um teste.
Mas vários cientistas manifestaram ceticismo relativamente a esta estratégia.
“Baseiam-se em tecnologia que ainda não existe", disse o David Strain, professor da Universidade de Exeter, considerando "improvável, se não impossível" a sugestão de Johnson de que novos testes rápidos como um teste de gravidez estarem disponíveis na primavera.
“Foi demonstrado que a tecnologia existente falha em até um terço das pessoas com Covid-19 no início da doença. Depois de um segundo teste 48 horas depois, ainda perdemos mais de um quarto das pessoas '', acrescentou.
Chaand Nagpaul, da Associação de Médicos Britânica, também manifestou dúvidas devido à taxa elevada de “falsos negativos” e o potencial de não identificar aqueles que estão a incubar o vírus.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 904 mil mortos e quase 28 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.