António Costa está confiante de que será possível chegar a um entendimento com outros partidos, nomeadamente o Bloco de Esquerda (BE) para conseguir a maioria parlamentar necessária para aprovar o orçamento do Estado para 2020.
À saída de uma reunião da Comissão Nacional do PS, este sábado, no Porto, o líder socialista considerou “normal” a reação da líder bloquista Catarina Martins, que revelou que o chumbo será a posição de princípio do partido para a votação, admitindo a abstenção caso as negociações com os socialistas cheguem a bom porto.
“Acho que é perfeitamente normal que essa declaração tenha existido. Não acho nada de extraordinário, tem sido assim todos os anos. O orçamento trabalha-se até ao último dia”, revelou aos jornalistas.
De acordo com o primeiro-ministro, há “um trabalho que está a ser feito” e estão “marcadas reuniões” para a próxima semana.
“Vamos continuar a trabalhar e seguramente iremos ter, como tivemos todos os anos, um bom orçamento, que mereça uma aprovação maioritária na Assembleia. As reuniões estão a correr bem, temos estado a encontrar soluções e hoje estamos seguramente mais próximo do que na semana passada. Durante a próxima semana temos condições para acabar em bem”, sublinhou.
Na visão do também secretário-geral do PS, a situação é em tudo similar à que existia na anterior legislatura, nos tempos da geringonça. O acordo que então existia entre PS, BE e PCP “não obrigava ninguém a aprovar o orçamento”.
“Não há nada que esteja particularmente a dificultar qualquer tipo de negociação. Todas as negociações em si tem dificuldades. Se pensássemos todos o mesmo estaríamos todos no mesma partido. Por alguma razão somos partidos diferentes”, justificou.