O Presidente da República expressou esta segunda-feira preocupação com as incógnitas globais e advertiu que é "má ideia" acrescentar-lhes uma crise interna, defendendo que "o óbvio é que a atual fórmula governativa vote o Orçamento" para 2019.
"Perante as incógnitas esboçadas no plano mundial e europeu, cuja solução não depende de nós – e os passos já dados são, como vos disse, preocupantes – acrescentar ruído ou crise ao que é largamente imprevisível é uma má ideia", afirmou.
Marcelo Rebelo de Sousa, que falava na Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, em Lisboa, e se referia ao processo de aprovação do Orçamento do Estado para 2019 e à estabilidade institucional interna, acrescentou: "Já nos bastam as dúvidas vindas da situação externa. Para quê criarmos cenários que as agravem desnecessariamente?".
Segundo o chefe de Estado, "o óbvio é que a atual fórmula governativa vote o Orçamento do Estado para 2019, assim mostrando que é capaz de durar uma legislatura e de se constituir como uma das soluções alternativas sólidas para Portugal, e que até às eleições europeias da primavera e legislativas do outono haja estabilidade política".
O Presidente da República admitiu que essa estabilidade interna seja "naturalmente pontuada pelo confronto eleitoral, que já começou, e que, como aliás é uso, se poderá intensificar a partir de setembro e, sobretudo, de janeiro de 2019", mas disse esperar que "esse confronto não crie fatores também eles imprevisíveis ou mesmo inexequíveis para a trajetória orçamental em curso".