Foi um António Costa notoriamente satisfeito que terminou os dois dias de visita a Luanda. Uma visita que marca a normalização das relações entre os dois países, pelo que o primeiro-ministro espera, agora, que também o ritmo de visitas se normalize.
Há sete anos que um primeiro-ministro português não ia a Luanda, há oito que um Presidente angolano não vai a Portugal e António Costa antecipou-se ao convite que João Lourenço levará na bagagem quando for a Lisboa, em novembro.
“A partir de agora as visitas retomaram o seu ciclo normal. Entre mim e o sr. Presidente da República há a combinação que alternamos as visitas aos diferentes países. Tendo eu vindo este ano a Angola é muito provável que o sr. Presidente da República esteja aqui em Angola para o próximo ano. E assim sucessivamente. Temos de ir mantendo a regularidade desta relação porque ela é muito intensa”, disse António Costa, em declarações aos jornalistas no último ponto da agenda desta visita.
O ponto alto destes dois dias foi o encontro que António Costa teve com João Lourenço, esta terça-feira de manhã, em que ambos manifestaram a vontade de aumentar as relações económicas. Para esse aumento será decisivo o aumento da confiança e esse sinal foi dado pelo compromisso feito pelo ministro das Finanças sobre o processo de regularização de dívidas.
Esta visita serviu para repor os níveis de confiança e António Costa considera que o objetivo foi cumprido. “O sinal de confiança foi dado a todos os níveis. Quer ao nível do relacionamento político, quer ao nível dos instrumentos que podemos assinar – como o acordo para evitar a dupla tributação, o novo programa estratégico para a cooperação, o reforço da linha de crédito para as exportações -, mas também pelo facto de o Governo angolano ter assumido compromissos tão claros, como o que o ministro das Finanças hoje expressou no Fórum Económico e perfeitamente ajustado e articulado com o calendário da visita do Presidente João Lourenço a Portugal”, assinalou o primeiro-ministro.
O ministro das Finanças angolano assumiu o compromisso de terminar o processo de reconhecimento de dívidas em novembro, precisamente o mês em que João Lourenço visitará Portugal. Desde 2010 que não há uma visita presidencial angolana a Lisboa.
António Costa também quis nesta visita deixar claro que “o investimento angolano em Portugal é bem-vindo”.
O primeiro-ministro terminou esta visita a Luanda nas obras do que será o Instituto de Hematologia Pediátrica, que será o primeiro sitio onde será possível vir a fazer transplantes de medula em Angola.