O diretor-geral da Prevenção Rodoviária mostra-se preocupado com excesso de velocidade registados pelos novos radares de Lisboa, que, em um mês, registaram 38 mil infrações por excesso de velocidade.
Em declarações à Renascença, Alain Areal destaca a gravidade das infrações.
“Tendo em consideração que a maior parte dos radares estão em zonas cujo limite de velocidade é de 50 quilómetros horários, estamos a falar de infrações 40 a 90 quilómetros acima do limite”, diz.
Alain Areal assegura que estas velocidades têm “impactos na sinistralidade evidentemente bastante gravosos” ao nível dos atropelamentos mortais.
“Se avistarmos um peão a 35 metros e se formos a circular a 50 quilómetros/hora, conseguimos imobilizar a viatura antes de embater no peão; Se circularmos a 90 e nos aparecer esse peão a 35 metros, atropelamos o peão a 84 quilómetros/hora. A probabilidade de morte sendo atropelado a 84 quilómetros/hora é quase de 100%, é 98%”, explica o diretor-geral da Prevenção Rodoviária.
”Este é o dado que mais me preocupa em termos de sinistralidade rodoviária”, remata.
Alain Real chama ainda à atenção para o elevado número de vítimas mortais e feridos graves na sequência de acidentes dentro das localidades, em Portugal.
"Temos um problema grave dentro das localidades", afirma, considerando, assim, "desejável" a entrada em funcionamento destes radares.
Os 41 novos aparelhos de controlo de velocidade de trânsito em Lisboa começaram a funcionar a partir de 1 de junho, dispondo de "tecnologia mais avançada" que permite monitorizar várias vias.