O director nacional adjunto do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), José van der Kellen, considera que Portugal não sofre um risco especial em matéria de terrorismo, mas o facto de pertencer à Europa faz com que haja uma preocupação acrescida na segurança.
“Nesta altura, não há dados que apontem para problemas, mas nunca se põe de parte que Portugal possa vir a ser um alvo”, disse van der Kellen à Renascença, em declarações à margem de um encontro sobre a temática das migrações, que juntou, no Porto, peritos europeus e africanos. “Não há nenhum foco especial que possa merecer a atenção de Portugal, no sentido de sermos alvos seja do for, nesta altura”, reforçou.
O responsável do SEF argumenta que o risco para Portugal surge apenas “na medida em que é um pais que tem dimensão no espaço europeu e que poderá, em face disso, ser um alvo", embora "não seja um alvo tão grande como outros estados".
"Obviamente, que também estamos preocupados", prossegue o director nacional adjunto do SEF, explicando que esta preocupação "insere-nos numa dinâmica de política europeia mais alargada".
Três iranianos detidos
Nos últimos dias, o SEF intensificou a sua actividade no terreno. Em sete dias, foram identificadas mais de mil pessoas e detidos três cidadãos iranianos, numa operação que envolve aeroportos e plataformas ferroviárias e viárias e que, segundo José van der Kellen, resulta de "um planeamento que já vem de trás”.
Estas detenções “em nada têm que ver com os atentados de Paris", sublinha, revelando que se tratava de "pessoas que queriam ir de forma ilegal para a Inglaterra, onde têm família”.
Em relação à chegada de refugiados, o SEF acredita que deverão chegar a Portugal ainda este mês de Dezembro. Não escondendo a existência de dificuldades de carácter administrativo, van der Kellen que o SEF está no terreno a conjugar esforços para que tudo se concretize o mais depressa possível.