O incêndio em Murça e Vila Pouca de Aguiar, distrito de Vila Real, começou esta segunda-feira de manhã a ser combatido por cinco meios aéreos, “não ameaça casas, mas terá prejuízos emocionais e materiais elevadíssimos”, disse o autarca de Murça.
De acordo com a página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), pelas 12h, no terreno estavam 125 operacionais, auxiliados por 34 meios terrestres e quatro meios aéreos.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Murça indicou que, “neste momento, não há populações em risco”, mas referiu que existem já “situações dramáticas relacionadas com animais e produções agrícolas”.
“De noite o incêndio baixou de intensidade, mas os ventos foram dramáticos. Já são vários os hectares ardidos. Ainda não é possível fazer um ponto de situação preciso, mas os prejuízos emocionais e materiais serão elevadíssimos. Chegaram [de manhã] os meios aéreos que são uma ajuda fundamental. Ontem [domingo] não vieram os meios que desejávamos, mas sabemos havia situações alarmantes no distrito”, disse Mário Artur Lopes.
Segundo o autarca de Murça, de noite a principal preocupação prendeu-se com a segurança da aldeia de Vilares, isto depois do incêndio ter começado na aldeia de Cortinhas.
“Não foi necessário evacuar nenhuma, mas estamos muito preocupados”, referiu, aproveitando para deixar “uma palavra de agradecimento aos bombeiros”.
“Já três tiveram problemas de inalação de fumos e todos estão exaustos. É muito difícil”, concluiu.
O incêndio que deflagrou em Murça que depois passou para o concelho de Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real, tinha de manhã, cerca das 08:00, uma frente de “12 a 15 quilómetros”, lavrando numa zona “sem acessos”, junto ao rio, disse fonte da Proteção Civil.
O segundo-comandante distrital de operações de socorro de Vila Real, Artur Mota, num ponto de situação feito à agência Lusa, referiu que o fogo, que atinge os dois concelhos, continua ativo.
“Para já, as aldeias estão fora de perigo, mas o incêndio tem sensivelmente entre 12 a 15 quilómetros de frente que está ativa porque não tem acesso, está a arder em direção do rio [Tinhela]. Está de um lado e do outro do rio, em Vila Pouca de Aguiar e em Murça”, afirmou Artur Mota.
Portugal entrou hoje, às 00:00, em situação de alerta, depois de sete dias em contingência devido aos incêndios que assolaram o país e às altas temperaturas registadas.
A situação de alerta prolonga-se até às 23:59 de terça-feira, dia em que voltará a ser reavaliada a situação, afirmou o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, no domingo, após uma reunião, por videoconferência, com os ministérios da Defesa Nacional, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, da Saúde, do Ambiente e Ação Climática e da Agricultura e da Alimentação.
A situação de alerta é, de acordo com a Lei de Bases da Proteção Civil, o nível menos grave, abaixo da situação de contingência e do patamar mais grave, a situação de calamidade.