O coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança, Pedro Veiga, disse, esta sexta-feira, à agência Lusa que, até ao momento, os serviços da Administração Pública portuguesa não foram afectados pelo ciberataque que está a decorrer a nível mundial.
"Estamos a acompanhar o assunto, bem como a Polícia Judiciária, que é quem tem a competência para investigar" cibercrimes, adiantou Pedro Veiga.
"Até ao momento, segundo os dados que tenho, não houve problemas relacionados" com o ciberataque "na Administração Pública portuguesa", afirmou o coordenador, salientando que tal se deve às "boas práticas" e ao facto de hoje haver tolerância de ponto, por ocasião da visita do papa a Fátima.
Este ataque informático "não tem a ver com a visita do Papa", garantiu o responsável, salientando que "está a haver um ataque dirigido a empresas e organizações a uma escala mundial".
Este tipo de ataque, denominado de 'ransomware', decorre da entrada de um 'software' que entra nos computadores através do correio electrónico.
Ou seja, quando o utilizador abre o 'mail', de origem desconhecida, este decifra o conteúdo do computador e bloqueia-o, pedindo posteriormente um resgate para disponibilizar a informação.
"Este foi um problema que começou no ano passado em hospitais e gabinetes médicos nos Estados Unidos e cuja incidência tem vindo a aumentar", acrescentou Pedro Veiga.
"Temos ajudado algumas empresas portuguesas a mitigar o problema", disse, salientando que tem havido algumas incidências em Portugal em empresas públicas e privadas, nomeadamente na área da saúde.
Perante este ataque, cujas consequências a nível mundial são desconhecidas até ao momento, o coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança aconselha o seguinte: "não abrir 'mails' cuja origem se desconhece, fazer cópias de segurança e instalar 'updates' [actualizações] de software".
Também esta sexta-feira, fonte oficial da Administração Interna garantiu que a rede nacional de segurança interna está a funcionar na sua normalidade.
"A rede nacional de segurança interna está a funcionar na sua normalidade", tal como o SIRESP - Rede Nacional de Emergência e Segurança, afirmou a mesma fonte, acrescentando que "até ao momento não há qualquer tipo de problemas".
Hospitais do serviço nacional de saúde do Reino Unido relataram hoje estar a sofrer importantes problemas informáticos em consequência de um aparente ciberataque à escala nacional.
Segundo a BBC, os problemas foram detectados em hospitais de Londres, Blackburn, Cumbria e Hertfordshire, noroeste de Inglaterra.
Também em Espanha foram relatados casos de empresas afectadas como o da operadora de telecomunicações Telefónica.