“A realidade ultrapassou-me”. As frases que marcaram a entrevista a Cavaco
24-02-2017 - 01:14
 • Elsa Araújo Rodrigues

O antigo Presidente da República esteve na RTP para a sua primeira entrevista desde que deixou Belém. Falou sobre Sócrates – sem nunca dizer o nome -, o actual Governo, o sucessor na Presidência e a sua própria actuação na vida política.

Em resposta à pergunta sobre se o livro "Quinta-feira e outros dias" é um ajuste de contas com Sócrates:

“Eu não preciso de ajustar contas com ninguém. A vida correu-me muito bem.”

Sobre a divulgação das conversas que teve com figuras políticas nacionais e internacionais enquanto PR:

“As conversas foram privadas, mas não secretas. Considero que essas conversas são parte fundamental da magistratura de influência do Presidente da República.”

Sobre as acusações imputadas a José Sócrates:

“Não tenho acompanhado esse processo [Operação Marquês].

“Nunca me apercebi de qualquer actuação legalmente menos correcta.”

Sobre a formação do actual Governo:

“A realidade ultrapassou-me.”

“Ele [José Sócrates] nunca faria um entendimento com a extrema-esquerda em Portugal.”

Sobre o actual Governo:

“Não vou comentar o actual Governo. Até aqui tenho tido uma actuação muito recada nesse domínio.”

Sobre Marcelo Rebelo de Sousa

“Tenho um grande respeito pelos Presidentes da República que me antecederam, quer pelo Presidente da República actual.”

“Ninguém, em princípio, me irá ouvir qualquer comentário sobre a forma como exerceram ou estão a exercer as funções de Presidente da República.”

Sobre a forma como exerceu os mandatos como PR:

“Sondagens, ruídos mediáticos, trepidações políticas, espuma dos dias, nunca influenciaram as minhas decisões.”

Sobre a relação com a comunicação social:

“Tenho uma relação muito particular com a comunicação social, muito diferente de todos os outros políticos. “

Em jeito de balanço sobre a carreira política:

“Saio de consciência bem tranquila e profundamente realizado.”

“Eu tenho uma profunda gratidão pelo povo português. Porque depois da vida profissional intensa que eu tive, depois de ter sido primeiro-ministro 10 anos, ele deu-me o privilégio de servir Portugal como Presidente da República.”

“Dez anos como primeiro-ministro, dez anos como Presidente da República, quatro maiorias absolutas, são mais do que suficientes para preencher o meu ego.”

Sobre si próprio

“Sou uma pessoa de rigor e de trabalho.”

Sobre o que vai fazer no futuro:

“Tenho uma lista imensa de convites para participar em muitas iniciativas e até aqui tenho rejeitado praticamente todas.”

“Continuarei a ter uma vida moderada e fora dos holofotes.”

“Na política nunca mais!”

Como se refere a José Sócrates:

“ O chefe do 17º e 18º governo constitucional”

“E quando foi até primeiro-ministro o eng…, o com quem eu trabalhei no do 17º e 18º Governo constitucional”