O candidato do PSD à Câmara Municipal de Lisboa (CML) espera que “toda a verdade” seja apurada na investigação a empreitadas da autarquia. Carlos Moedas afirma que “não são apenas os comportamentos do ex-primeiro-ministro José Sócrates que corroem o funcionamento da democracia”.
O antigo ministro e comissário europeu diz, em comunicado, que há vários anos que existem “suspeitas sobre a prática política” da Câmara de Lisboa na gestão urbanística.
“Como tenho defendido publicamente, o sistema não deve funcionar de forma pouco transparente, com base em favores e amiguismos”, refere Carlos Moedas.
O candidato social-democrata vai mais longe e afirma que “não são apenas os comportamentos do ex-primeiro-ministro José Sócrates que corroem o funcionamento da democracia”.
“A suspeita em volta da atuação política na CML também corrói e, a confirmar-se, revela uma forma de governar a Cidade que considero absolutamente inaceitável”, atira Carlos Moedas.
O antigo ministro considera que, enquanto decorre a investigação, “há uma sombra que paira sobre a prática de atos quotidianos da maior relevância e centenas de funcionários municipais ficarão fortemente desmotivados no exercício das suas funções”.
“Em paralelo, os munícipes, particulares ou empresas, serão vítimas do ambiente de suspeição e receio que se instalará”, sublinha.
Para Carlos Moedas, “estas dúvidas minam a confiança dos cidadãos e dificultam as mudanças necessárias de comportamento e cultura política”.
“A Câmara Municipal de Lisboa não pode passar esta imagem, sob pena de perder toda a credibilidade”, sublinha.
O candidato do PSD promete combater, “hoje e sempre, com a maior veemência, a cultura de irresponsabilidade política que ‘corrói o funcionamento da nossa vida democrática’ e dá amparo aos (muito poucos) que, à custa do interesse público, exercem o poder em benefício próprio ou dos seus próximos”.
A Polícia Judiciária (PJ) e o Ministério Público realizaram esta terça-feira 28 buscas domiciliárias e não domiciliárias. Além da Câmara de Lisboa, os alvos foram instalações em Sintra, Cascais, Caldas da Rainha e Alvor.
Em causa na "Operação Olissipus" estão alegados crimes de abuso de poder, participação económica em negócio, corrupção, prevaricação, violação de regras urbanísticas e tráfico de influências, adianta a PJ, em comunicado.
Até ao momento, não há indicação de que alguém tenha sido constituído arguido nesta caso de alegada corrupção com empreitadas em Lisboa.
O presidente da Câmara de Lisboa está tranquilo em relação às buscas da Polícia Judiciária em instalações da autarquia no âmbito da "Operação Olissipus", que investiga suspeitas de corrupção em empreitadas. Fernando Medina diz que em causa estão obras do tempo do ex-vereador Manuel Salgado.