O clima de insegurança tem vindo a gravar-se na Nigéria. Prova disso é o rapto de três sacerdotes nos últimos dias.
No sábado, 2 de julho, enquanto circulavam de automóvel na estrada entre Benin e Auchi, os padres Peter Udo e Philemon Oboh foram levados “para local desconhecido” depois de a viatura em que circulavam ter sido bloqueada perto das localidades de Ehor e Iruekpen.
Na segunda-feira, dia 4, o padre Emmanuel Silas foi também sequestrado quando se encontrava na reitoria paroquial da Igreja de São Carlos, em Zambina, na Diocese de Kafanchan, situada no estado de Kaduna.
Segundo a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), “o rapto destes três sacerdotes em zonas distintas na Nigéria e num tão curto espaço de tempo, é um sinal claro do agravamento das condições de insegurança neste país africano em que a Igreja Católica é um dos alvos preferenciais de malfeitores e de grupos armados”.
Citado pela AIS, o chanceler da Diocese Kafanchan, padre Emmanuel Okolo, refere que a Igreja está a procurar “por todos os meios legítimos garantir a rápida e segura libertação” do sacerdote raptado, pedindo às pessoas para se coibirem “de fazer justiça pelas próprias mãos”.
Recentemente, no funeral do padre Vitus Borogo, assassinado a 25 de junho, em Kaduna, alguns padres empunharam cartazes com frases onde manifestavam a revolta e desapontamento face à degradação das condições de segurança no país.
Durante a homilia, o arcebispo de Kaduna, que presidiu ao funeral do sacerdote, afirmou que, nos seus 60 anos de vida, nunca “tinha visto nada assim, nem mesmo durante [os tempos] da guerra civil” e apelou às autoridades para garantirem a segurança dos cidadãos.