O Presidente russo, Vladimir Putin, propôs nesta sexta-feira aos Estados Unidos que aceitem um pacto de “não ingerência” e colaborem em matéria de tecnologias de informação para promover um pacto global de não agressão na área digital.
Numa nota divulgada pelo Kremlin, Putin desafiou os EUA a “trocar garantias mútuas de não ingerência, incluindo em processos eleitorais”, para se colocarem em acordo sobre “um conjunto de medidas práticas” que permita atingir um pacto global contra ataques com recurso a tecnologias de comunicação e informação.
“Um dos grandes desafios estratégicos do mundo contemporâneo é o risco de um grande confronto no domínio digital. Uma responsabilidade particular de evitá-lo recai sobre os principais atores da segurança global no domínio da informação”, argumenta Vladimir Putin no documento.
A Rússia é acusada há anos de usar piratas informáticos, perfis falsos nas redes sociais e inventar notícias falsas que se tornam virais na Internet, para influenciar os processos eleitorais no Ocidente ou para causar danos em instituições, como a câmara baixa do Parlamento alemão ou a chancelaria de Angela Merkel.
Moscovo é acusado ainda de ter apoiado secretamente a candidatura presidencial de Donald Trump em 2016, favorecendo a sua vitória.
Além disso, o Kremlin é suspeito de tentar influenciar a atual campanha presidencial dos Estados Unidos, que coloca o republicano Trump contra o candidato democrata, Joe Bidden.
O Kremlin tem negado todas as acusações e, em troca, aponta o dedo a europeus e norte-americanos por travarem uma guerra de desinformação contra a Rússia.