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O Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E) atingiu esta quarta-feira a lotação máxima de cuidados intensivos para doentes Covid-19, tendo iniciado um plano de alargamento para disponibilizar mais nove camas a infetados pelo coronavírus, revelou fonte daquela entidade.
De acordo com dados que reportam às 00 desta quarta-feira, o CHVNG/E conta com 21 doentes internados com Covid-19 em enfermaria e 12 na unidade de cuidados intensivos.
Fonte desta unidade hospitalar revelou à agência Lusa que a capacidade instalada em cuidados intensivos para doentes com Covid-19 foi esgotada, uma vez que são exatamente 12 as camas alocadas a casos associados ao novo coronavírus, mas explicou que “já está em curso o plano de alargamento”.
“O nosso plano prevê o alargamento dos cuidados intensivos de doentes Covid-19 para a Unidade de Cuidados Pós Anestésicos (UCPA), ou seja mais nove camas”, descreveu.
Quanto a doentes não-Covid, este centro hospitalar mantém as áreas de cuidados intermédios e de cuidados intensivos de cardiologia, “o que permite expandir de 12 para 46 camas de cuidados intensivos”, acrescentou a mesma fonte, frisando que “em função da evolução da pandemia, o plano de contingência [deste hospital] prevê a sucessiva alteração de áreas não-Covid para Covid”.
O centro hospitalar prevê abrir em novembro a nova unidade de cuidados intensivos, cujas obras decorrem desde início de setembro.
A 07 de outubro, em entrevista à agência Lusa, o presidente do conselho de administração do CHVNG/E, Rui Guimarães, referiu que a obra decorre “em tempo recorde” e que terá, numa lógica de ‘open space’ (espaço aberto), 18 camas de nível 3 e 10 de nível 2, estas com a passibilidade de passar ao nível superior se necessário.
O investimento, que ronda os 3,3 milhões de euros, já fazia parte da fase C de obras do plano de reestruturação do CHVNG/E, mas foi antecipado.
Somando as camas existentes e as que vão ser criadas na nova unidade, o CHVNG/E terá uma capacidade total de 67 camas em cuidados intensivos.
Já hoje, em declarações à RTP, Rui Guimarães contou que “desde que foi decretado o estado de calamidade ocorreu um aumento em cuidados intensivos de 140%”, o que já levou a “cancelar algumas cirurgias” e a “alocar outro espaço” a cuidados intensivos, referindo-se à UCPA.
O responsável também mostrou preocupação com o aumento de atividade da urgência, precisando que na terça-feira registaram-se 414 atendimentos, um número muito superior ao do mesmo dia do ano passado, quando o CHVNG/E registou 296.
Além da obra dos cuidados intensivos decorre a da nova urgência que terá cerca de 5.000 metros quadrados (a atual tem 1.900), uma aspiração antiga e que faz parte da fase B do plano de obras do CHVNG/E.
“Será uma resposta importante. Mas não a que resolverá todos os problemas. Costumo dizer: o CHVNG/E até pode ter 500 ventiladores disponíveis, mas nunca vão ser suficientes se o comportamento das pessoas não acompanhar as respostas montadas na saúde e o empenho das equipas”, disse Rui Guimarães, a 07 de outubro à Lusa sem precisar o dia de abertura.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 2.229 em Portugal.