A Católica Lisbon Business and Economics vai trocar a praxe por uma apanha solidária de batatas. O objectivo é minimizar o desperdício e doar as batatas recolhidas a instituições de caridade.
Em declarações à Renascença, o director da Católica Lisbon Business and Economics, Francisco Veloso, explica que, por algumas horas, caloiros e alguns veteranos de economia e gestão vão trocar os livros pelo campo.
“Vamos juntar os caloiros, uns quantos veteranos e vamos para um campo apanhar batata. O que é que é relevante nesta apanha da batata? É que é essencialmente a batata que não é apanhada pelos meios mecânicos e que, portanto, seria tipicamente desperdiçada no campo. Assim é recolhida pelos nossos alunos e doada a instituições de caridade”, afirma.
Francisco Veloso diz que o momento terá dupla vantagem. “É uma oportunidade para juntar os novos alunos e antigos alunos, falar sobre a perspectiva da vida nesta nova comunidade a que os caloiros agora se juntam e contribuir para a comunidade através desta 'lógica da batata' com nós lhe chamamos”, remata.
A iniciativa terá lugar numa altura em que, à beira do início do ano lectivo, relança-se o debate em torno das praxes académicas.
O ministro da Ciência e Ensino Superior, Manuel Heitor, classificou as praxes académicas como "uma prática fascizante" e recordou, numa carta aberta recente, que "o ingresso no ensino superior tem sido sistematicamente marcado por práticas contrárias aos ideais de liberdade, crítica e emancipação dos jovens".
O presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, António Cunha, (CRUP) está "genericamente de acordo" com a posição do ministro do Ensino Superior, contra as praxes e defende que os "comportamentos inadequados" só terão fim "quando os estudantes perceberem que não fazem sentido".