Os trabalhadores externos que limpam os comboios da CP voltam na sexta-feira ao serviço, após dois dias de greve contra salários em atraso, passando a integrar as novas empresas contratadas pela transportadora ferroviária.
O Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Actividades Diversas (STAD), que tinha convocado uma greve de seis dias em protesto contra os salários em atraso na empresa Ambiente e Jardim, decidiu cancelar o protesto assim que recebeu, ao final da tarde, a confirmação de que a CP já tinha contratado outras empresas para a limpeza dos comboios.
"Vamos cancelar a greve de imediato e informar os trabalhadores que têm de se apresentar amanhã [sexta-feira] ao serviço, passando a integrar as empresas que a CP contratou para a prestação do serviço", disse à agência Lusa a coordenadora do STAD, Vivalda Silva.
Entretanto, a CP emitiu um comunicado a dar conta que, "na sequência da consulta urgente, lançada ontem [quarta-feira], para prestação de serviços de limpeza nos seus comboios e instalações, a CP – Comboios de Portugal adjudicou hoje, a quatro empresas, a prestação de serviços de limpeza a nível nacional".
"Esta prestação de serviços tem início amanhã [sexta-feira], dia 03 de setembro, permitindo, assim, retomar o normal funcionamento da limpeza a bordo dos comboios e nas instalações da CP", diz o documento.
Os trabalhadores da Ambiente e Jardim iniciaram na quarta-feira uma greve contra a falta de pagamento dos salários de julho e agosto por parte da empresa de limpeza industrial e, segundo o STAD, a adesão foi quase total a nível nacional, nos dois dias, mas não causou qualquer perturbação na circulação ferroviária.
A CP rescindiu na quarta-feira o contrato de limpeza de comboios e instalações com a Ambiente e Jardim e lançou de imediato uma consulta para a contratação urgente de outra empresa de prestação de serviços de limpeza.
Os cerca de 500 trabalhadores da Ambiente e Jardim já concretizaram várias ações de luta e o STAD tem tido reuniões com os clientes da Ambiente e Jardim, que têm vindo a substituir esta empresa por outras do setor, que asseguraram aos trabalhadores a manutenção dos respetivos postos de trabalho, conforme está previsto na lei.
O Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, e a Câmara Municipal de Sintra também tomaram essa decisão recentemente.
O STAD aguarda por uma posição idêntica por parte da Infraestruturas de Portugal no início da próxima semana.