Ricardo Salgado foi, esta quarta-feira, constituído arguido no âmbito da "Operação Marquês". O ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES) foi interrogado pelo Ministério Público durante várias horas.
Segundo a PGR, Salgado é suspeito da prática de crimes de corrupção, abuso de confiança, tráfico de influência, branqueamento e fraude fiscal qualificada.
O antigo homem forte do BES começou a ser ouvido pelas 10h00 e saiu das instalações do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), de carro, pelas 17h20.
O interrogatório foi conduzido pelo procurador Rosário Teixeira.
"Na sequência deste interrogatório, o Ministério Público requereu ao juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal o interrogatório judicial do arguido, tendo em vista a aplicação de medida de coação diversa do termo de identidade e residência", explica a Procuradoria-Geral da República (PGR) em comunicado divulgado pelas 17h40.
No sábado, o empresário luso-angolano Hélder Bataglia apresentou-se voluntariamente no DCIAP para interrogatório no âmbito do processo Operação Marquês. Hélder Bataglia está sujeito à medida de coacção de termo de identidade e residência e não lhe foram decretadas outras medidas de coacção, assim como não pendem sobre ele quaisquer mandados de detenção, nacional ou internacional, apontou o advogado.
"Até à data", foram constituídos na Operação Marquês "20 arguidos, 15 pessoas singulares e 5 colectivas", informa a PGR.
Entre os arguidos está o antigo primeiro-ministro socialista José Sócrates, que esteve preso preventivamente mais de nove meses, e que está indiciado por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para ato ilícito.
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Entre os arguidos contam-se o ex-ministro socialista Armando Vara e a filha, Carlos Santos Silva, empresário e amigo do ex-primeiro-ministro, Joaquim Barroca, empresário do grupo Lena, João Perna, antigo motorista do ex-líder do PS, Paulo Lalanda de Castro, do grupo Octapharma, Inês do Rosário, mulher de Carlos Santos Silva, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e os empresários Diogo Gaspar Ferreira e Rui Mão de Ferro.
Além da Operação Marquês, Ricardo Salgado já foi constituído arguido em três outros casos, incluindo a megaoperacão do Ministério Público para a investigação de alegadas irregularidades na gestão do BES; o caso “Monte Branco”, que remonta a 2011 e se refere a uma investigação a uma empresa suíça, a Akoya, por corrupção e branqueamento de capitais, e ainda a investigação ao "buraco" de 1,2 mil milhões de euros na Espírito Santo Investments (ESI) no Luxemburgo.
[Notícia actualizada às 17h44 com informações prestadas pela PGR]