A coordenadora do BE, Catarina Martins, disse, esta segunda-feira, estranhar “alguma indisponibilidade” manifestada domingo pelo Governo para continuar a negociar com o partido até à votação na generalidade do Orçamento do Estado, prometendo “gelo nos pulsos” para responder pelo país.
No final de uma reunião com a CGTP na sede do BE, em Lisboa, Catarina Martins foi questionada pelos jornalistas sobre a conferência de imprensa dada pelo Governo no domingo pelo Governo, que considerou o anúncio de voto contra por parte do BE como “uma posição definitiva”, remetendo eventuais novas negociações com este partido para a fase da especialidade do Orçamento do Estado.
“Ouvi com alguma estranheza o que me pareceu ser alguma indisponibilidade para avançarmos até quarta-feira, mas o BE mantém a disponibilidade e mantemos esta certeza: não haverá recuperação da economia sem um equilíbrio nos salários, sem justiça nas pensões e sem a defesa do SNS e garantia de acesso da população portuguesa à saúde”, afirmou.
De acordo com Catarina Martins, “o BE tem objetivos políticos” e é só isso que interessa.
“Como aliás eu tenho sempre dito, gelo nos pulsos. Nós estamos aqui para responder pelo país”, enfatizou.
No domingo, a líder bloquista tinha avisado que o BE votaria contra o orçamento se até quarta-feira “o Governo insistir em impor recusas onde a esquerda podia ter avanços”, mantendo, no entanto, disponibilidade negocial porque “ainda há tempo”.